A altura dos meus desejos

Subo a ladeira da vida a ser vivida
Sem a fétida linguagem do desamor
Que encobre os degraus da partida
E escurece os caminhos do amor.

Que não me fraquejei o velho coração,
Pois vou pelo caminho reto e com saída,
Olhando as setas verdes da imaginação
E ali, bem longe, encontrarei guarida.

Conto os degraus íngremes do tempo
Que ainda terei de percorrer para chegar
Aquela montanha, as nascentes do vento,
Onde renascerá o deseja de te amar.

Bem no alto, na altura dos meus desejos
Verei uma aurora com pássaros e flores
No cálido e suave aroma de seus beijos,
Beberei no cálice bento dos seus altares .

Bem depois, contemplarei o sol nascendo,
Amarelinho feito o ouro do seu tesouro,
E com ele, regozijado, vou renascendo
Reluzente como a casca de um besouro.

Poeta Francisco Cândido
Postado em 7 de julho de 2013