A desilusão

A desilusão havia se aboletado
No apertado espaço do coração
Parecia um maldito cão atracado
No amaldiçoado porto da solidão.

Havia um vazio imenso no peito,
Que foi preenchido pela solidão,
E meu coração era o bobo perfeito
Com fomes, flores e desolação.

A desilusão subtraiu minha visão
Sem direção, fiquei vagando ao léu
No carrossel da amarga desilusão
Pisei nas flores, no amor e no mel.

Joguei no chão da vida abatida
As flores desbotadas de amor
E na dor, sangrei a vida ferida,
Simbolizando a fuga do desamor.

Um dia, resignificarei as flores
Na suavidade de seus perfumes,
Na beleza ímpar de suas cores,
E sem a deselegância de meus costumes.

Caminho sem magoa e sem rancor
Sem a dor do amor desfeito pelo vento
Ainda sonho com um novo amor
Que virá mansinho nas asas do tempo.

Poeta Francisco Cândido (Berto)

Postado em 10 de junho de 2013