A quem interessa o fim da força-tarefa da Secretaria de Segurança?

Era preciso que o
secretário de Segurança Pública e Defesa Social, Aldair da Rocha, e a cúpula da
Polícia Civil tivesse rompido com a linha do “politicamente correto”, durante a
coletiva de imprensa concedida hoje (25) pela manhã, para responder a esta
pergunta.

Apesar de todas as disputas
entre Governo e o Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol) não consigo enxergar
que benefícios a categoria conquistou com a liminar concedida pelo desembargador
Vivaldo Pinheiro. Para o presidente do sindicato, Djair Oliveira, isso mostra que a justiça não fecha os olhos
para certas “arbitrariedades” dos prepostos estatais que, na verdade,
camuflam os atos governamentais.

Ora, conversei com a delegada
Sheila Freitas, que coordena a força-tarefa, durante entrevista no programa
Rede Tropical de Notícias 2ª Edição, da rádio CBN, e não faz o menor sentido, a
esta altura do debate da PEC 37, o secretário ou mesmo a delegada, defensores
da Proposta, designar policiais militares para investigar crimes como o Sinpol
afirmou no Mandado de Segurança.

Segundo Aldair da Rocha e
Sheila, a missão dos militares do Bope se limitava a garantir a segurança da
equipe durante levantamentos em locais de crime e em ações para cumprimento de
mandados.

Mas se a questão realmente
era essa, quem saiu ganhando com tudo isso foi a Delegacia Especializada em
Homicídios, que ganhou de volta os inquéritos que estavam parados na delegacia
e passaram a ser investigados pela força-tarefa.

Os dois PMs presos pela força-tarefa, acusados de homicídio e de fazerem parte de um grupo de extermínio, quase
saem ganhando – a liberdade – não fosse a perspicácia da delegada em ter
realizado todo o procedimento pela Divisão Especializada em Investigação e
Combate ao Crime Organizado e não pela força-tarefa. 

E tudo isso, provavelmente,
por disputas políticas. Agora a Sesed vai recorrer da liminar para poder voltar
a investigar os homicídios com autoria desconhecida e características de execução.
Até lá, por excesso de demanda para a estrutura da Dehom, os processos vão
ficar sem investigação mesmo.
De 
Tiago Medeiros
Postado em 27 de abril de 2013