Anvisa pede à PF, PGR e governo apuração sobre novas ameaças sofridas por servidores após liberar vacina contra covid-19 a crianças
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) solicitou neste domingo (19) investigações sobre novas ameaças a seus diretores e servidores. O pedido foi enviado à Procuradoria Geral da República, à Polícia Federal e ao governo federal.
Também pediu “com urgência” para que a proteção policial dos funcionários seja reforçada. “A fim de salvaguardar a sua integridade física e psicológica diante da gravidade da situação enfrentada”, defende.
A agência reguladora diz que sofre, desde outubro, ataques e ameaças de morte relacionadas a liberação de vacinas contra a covid-19 para crianças de 5 a 11 anos. O imunizante da Pfizer foi autorizado para a faixa etária na 5ª feira (16.dez.) pela Anvisa.
Para que o grupo seja vacinado, ainda é necessário o aval do governo federal. A decisão do Planalto deve ser anunciada em 5 de janeiro. A câmara técnica que assessora o Ministério da Saúde já se manifestou a favor da imunização.
A Anvisa afirma que as intimidações se intensificaram no sábado (18). No dia anterior (17), a instituição rebateu críticas do presidente Jair Bolsonaro (PL). Afirmou que “seu ambiente de trabalho é isento de pressões internas e avesso a pressões externas”.
Bolsonaro disse na 5ª feira que pediu, extraoficialmente, o nome das pessoas que aprovaram a vacina para crianças. “Nós queremos divulgar o nome dessas pessoas para que todo mundo tome conhecimento e, obviamente, forme o seu juízo”, declarou.
O presidente voltou a criticar a decisão da agência neste domingo. “Criança é coisa muito séria. Não se sabe os possíveis efeitos adversos futuros. É inacreditável o que a Anvisa fez”, disse.
Contudo, a avaliação do órgão se baseou em estudos que mostraram a segurança e eficácia do imunizante. A análise foi desenvolvida por técnicos na área e teve participação de especialistas externos.
A Anvisa disse que seus servidores estão recebendo ameaças, intimidações e ofensas por meio das redes sociais.
“Esses fatos aumentaram a preocupação e o receio dos diretores e servidores quanto à sua integridade física e de suas famílias e geraram evidente apreensão de que atos de violência possam ocorrer a qualquer momento”, afirmaram os 5 diretores da agência no pedido enviado neste domingo.
O documento é assinado por:
- Antonio Barra Torres, diretor-presidente da Anvisa;
- Romison Rodrigues Mota, diretor da Anvisa;
- Cristiane Jourdan, diretora da Anvisa;
- Meiruze Sousa Freitas, diretora da Anvisa;
- e Alex Machado Campos, diretor da Anvisa.
O documento foi enviado a:
- Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional;
- Anderson Torres, ministro da Justiça;
- Augusto Aras, procurador-geral da República;
- Paulo Gustavo Maiurino, diretor-geral da Polícia Federal;
- e Victor Cesar Carvalho dos Santos, superintendente regional da Polícia Federal no Distrito Federal.
*Poder 360