Após descartar eutanásia, Ibama diz que Butantan vai ficar com víbora-verde
A víbora-verde-de-vogel deve seguir para São Paulo junto com a cobra Naja kaouthia, que picou e quase matou o estudante de medicina veterinária, suspeito de tráfico de animais, Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkul. O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais confirmou, nessa quarta-feira (5/7) que o Instituto Butantan demonstrou interesse em ficar com os dois animais, ambos são de origem asiática.
A Fundação Jardim Zoológico de Brasília (FZB) já havia anunciado que não poderá ficar com as espécies. Não há soro para a víbora-verde-de-vogel no Brasil. O Butantan, portanto, terá que providenciar o antídoto para manter o animal.
Conforme o Metrópoles divulgou, a falta do soro poderia resultar na eutanásia do indivíduo, que foi entregue voluntariamente por um criador. Após a repercussão do caso, o Ibama descartou a possibilidade de sacrificar a víbora.
À época, o biólogo e diretor de répteis e anfíbios do Zoológico de Brasília, Carlos Eduardo Nóbrega, explicou que a serpente está sendo mantida dentro de um recinto, com intuito de evitar qualquer risco ao animal ou integrante da equipe.
“Aguardamos que o Ibama decida qual a destinação desse exemplar. Além do risco de ocorrer qualquer incidente com esse indivíduo, como no caso da Naja, se esse animal fugisse do local onde estava sendo mantido, poderia gerar um impacto ambiental muito forte na nossa fauna”, alertou o biólogo.
O diretor de repteis do zoo, detalhou que, por ser um predador de cadeia e com veneno altamente potente, o veneno da víbora pode levar um ser humano adulto a óbito. “Apesar de ter um tempo de ação mais demorado, se comparado com a Naja, o veneno não deixa de apresentar um risco de vida elevado, ainda mais porque não tem o soro em âmbito nacional”, completou.
Naja
A Naja está no Zoológico de Brasília desde o dia de sua captura, em 7 de julho. Dentro de serpentário da instituição, em um ambiente separado de outras cobras, ela ganhou espaço nos noticiários do país após ter picado Pedro Krambeck, 22 anos, que a mantinha ilegalmente em cativeiro.
O caso acabou envolvendo a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), que deflagrou a Operação Snake, com o intuito de desvendar um possível esquema de tráfico de animais silvestres na capital do país.
Entre os supostos participantes do bando, um grupo de estudantes de medicina veterinária de uma universidade particular do DF. Pedro e o amigo Gabriel Ribeiro, 24, chegaram a ser presos, acusados de atrapalhar a investigação da PCDF, mas foram soltos em menos de uma semana (Veja mais em Metrópoles).