Após transplante de pulmão em SP por complicações da Covid, potiguar reencontra filhos no RN: ‘Natal de muita felicidade’
Potiguar que precisou de transplante de pulmão após complicações da Covid-19 reencontra fihos no RN
A potiguar Ana Raiane dos Santos, de 31 anos, retornou ao Rio Grande do Norte na tarde de quinta-feira (23) para passar as festas de fim de ano em casa, na cidade de São Vicente, na região Seridó. Após receber um novo pulmão em cirurgia realizada em São Paulo, no fim de agosto, ela foi recebida com festa por familiares e amigos no Aeroporto de Natal. O desembarque foi cercado de emoção por causa do reencontro com os filhos.
“Foi muito emocionante. Vai ser um Natal de muita felicidade”, falou Carlos Henrique, marido de Raiane.
Potiguar que precisou de transplante de pulmão após complicações da Covid-19 reencontra filhos no RN — Foto: Reprodução
Raiane também foi recepcionada por representantes da Polícia Militar e Secretaria de Mobilidade Urbana (STTU), que, à época da transferência para a capital paulista, foram essenciais na escolta e liberação das vias do comboio. Naquela oportunidade, Raiane estava usando ECMO – uma espécie de pulmão artificial – após complicações da Covid-19.
Potiguar que precisou de transplante de pulmão é homenageada no retorno a Natal
Relembre o caso
Ana Raiane foi diagnosticada com Covid em maio de 2021, quando estava grávida. Após o nascimento da filha na maternidade Januácio Cicco, em Natal, teve uma piora no quadro e precisou ser intubada. Quando a situação se agravou, foi necessário o tratamento com ECMO, em manejo liderado pelo cirurgião cardiovascular Renato Max e pelo intensivista Hugo Paiva. Os dois médicos também foram os responsáveis por conseguir a vaga para a continuidade do tratamento no Hospital Albert Einstein, em São Paulo.https://tpc.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html
Após 60 dias com o suporte respiratório da ECMO, ela seguiu em agosto para a capital paulista com o marido, Carlos Henrique, que fez campanha nas redes sociais para conseguir custear o necessário para o tempo previsto de tratamento da esposa, que seria, a princípio, de um ano. A equipe médica de Natal se responsabilizou por custear o equivalente à hospedagem em São Paulo por sete meses. O restante necessário (para transporte e alimentação) que era exigido pelo serviço social do transplante pulmonar foi conseguido através das doações, rifas e outros meios que a família buscou.
Em São Paulo, a equipe que assumiu o caso, chefiada pelo cirurgião torácico Marcos Samano, chegou a retirar a ECMO da paciente, mas ela, assim como já havia acontecido em Natal, não suportou ficar sem o aparelho, e foi necessário reimplantar e aguardar pelo transplante.
Após ter a filha, Ana Raiane precisou ser intubada e tratada com ECMO — Foto: Arquivo da família
No dia 31 de agosto, apareceu um doador compatível, e foi feita a cirurgia de imediato. Após alguns dias, a ECMO foi retirada, e ela se manteve com respirador mecânico, que foi removido da paciente após algumas semanas. Atualmente, Ana Raiane respira sem ajuda de nenhum equipamento ou oxigênio suplementar.
A potiguar recebeu alta do Hospital Albert Einstein no dia 1º de novembro. A equipe médica que acompanha o caso liberou o retorno a São Vicente, no interior do Rio Grande do Norte, como um “presente de Natal”, para que ela possa ver a filha mais uma vez. O último encontro com a bebê de sete meses havia acontecido no leito da UTI da Promater, em Natal, no dia 7 de agosto.
Ana Raiane se emocionou com recepção no Aeroporto de Natal — Foto: Reprodução
Ana Raiane vai continuar em tratamento pós-transplante em São Paulo, com fisioterapia respiratória e motora, fonoaudiologia e avaliação da função pulmonar. Ela retornará para a capital paulista no dia 12 de janeiro, e deve permanecer lá até a alta definitiva – o que ainda não há previsão para acontecer.
A potiguar é uma das oito pessoas no Brasil que fizeram transplante de pulmão em decorrência do agravamento da Covid-19. Desse grupo, quatro sobreviveram. “É, portanto, um dos poucos casos de sucesso no mundo de transplante pulmonar por síndrome de angústia respiratória ocasionada pelo vírus SARS-COV2”, destacam os médicos.
*G1 RN