As exigências da seleção do Camarões

A seleção de Camarões vai ficar no luxuoso Serhs Natal Grand Hotel, na Via Costeira, com uma lista de exigências. O assunto é proibido entre os funcionários, que assinaram um termo de confidencialidade, e vai de um bloco exclusivo (o hotel tem quatro blocos) à inspeção da polícia cada vez que a camareira entrar nos quartos.

 Ao todo, cerca de cem camaroneses devem se hospedar no hotel, entre jogadores, comissão técnica, dirigentes, familiares e convidados da Federação Camaronesa. Além de uma área exclusiva, eles terão um gerente, uma camareira e um mensageiro, devidamente identificados, só para atendê-los.

 Como trouxeram o próprio chef de cozinha, não comerão a comida feita pelo hotel. E um policial, com um cão farejador, fará uma varredura nos quartos sempre depois que a camareira fizer a limpeza. 


Em seguida, ele irá lacrar os quartos até que os jogadores voltem.

Motivo de discórdia em Vitória, as mordomias de Eto’o devem continuar em Natal. Se lá ele tem à disposição uma suíte com decoração neoclássica, sistema em que a televisão acompanha o hóspede do quarto para sala e banheira de hidromassagem com cromoterapia, aqui, caso fique na suíte presidencial, os mimos devem incluir varanda de 193 metros quadrados com piscina, jacuzzi e vista para o mar, dois quartos com banheiros, salas de estar (equipada com home theater, TV de plasma de 42 polegadas e duas TVs de LCD de 21 polegadas), de leitura e de jantar, além de um quarto para um assistente pessoal. O preço dessa suíte é R$ 8.811.


 Se escolher a segunda suíte mais luxuosa, o preço cai par R$ 1.423, parecido com o valor da suíte que ocupa no hotel no Espírito Santo: R$ 1.250. Os demais jogadores ficam em quartos normais.

O desconforto com as regalias do astro do time pode rachar mais uma vez o grupo, que, antes de chegar ao Brasil, recusou-se a embarcar sem rediscutir os valores pagos para disputar a Copa.


 Os jogadores vão receber cerca de R$ 230 mil cada, além de divisão de 6% do dinheiro repassado pela Fifa, o que corresponde a quase R$ 1 milhão e aumenta se a seleção avançar de fase.

Em 2013, Eto’o chegou a acusar a Federação Camaronesa de tentar assassiná-lo, um ano depois de ter denunciado a corrupção no futebol do país. Desde então, ele vinha se recusando a defender a seleção, mas mudou de ideia para disputar a Copa no Brasi.

O Globo
Postado em 12 de junho de 2014