Aventura: Americanos pedalaram de San Diego a Natal
Heinrich e Jack viajaram sete meses, de bicicleta, para assistir aos jogos da Copa em Natal (Foto: Rayane Mainara) |
Dez países e aproximadamente 10.000 quilômetros. Era a distância que separava os ciclistas norte-americanos Heinrich Flaig e Jack Ycaton, ambos de 25 anos e naturais do Colorado, Estados Unidos, de um sonho: ver a seleção dos Estados Unidos jogar em terras brasileiras.
A jornada rumo à capital potiguar foi “árdua e gratificante” definiu Jack. A viagem teve início em outubro de 2013 com saída de San Diego, Califórnia, nos Estados Unidos e chegou ao fim na manhã dessa terça (11), quando os aventureiros chegaram à Natal. Na cidade, eles esperam assistir ao jogo entre Estados Unidos e Gana, no dia 16 de junho.
No caminho: pedalaram mais de 10 mil quilômetros e cruzaram México, Guatemala, El Salvador, Honduras, Nicarágua, Costa Rica, Panamá, Colômbia, Equador e Peru para chegar ao destino final.
Na bagagem: poucas roupas, equipamentos para reparos, uma bandeira do Brasil e uma bola de futebol é o que os aventureiros carregam nas bicicletas que usaram para cruzar as Américas.
No bolso: cinco mil dólares, aproximadamente R$ 10 mil foi a quantidade que cada um teve que desembolsar para dar o pontapé inicial na viagem. O combustível: a paixão pelo futebol e a vontade de ver a seleção norte-americana ser a campeã da Copa do Mundo 2014.
É com a bola de futebol que eles fazem questão de jogar em cada ponto marcante da viagem. “Ao viajar de bicicleta nós temos a oportunidade e liberdade de interagir com a população e conhecer as diferentes culturas, isso é o mais gratificante.
Então, quando paramos em algum lugar, juntamos alguns meninos para fazer uma partida de futebol”, conta Heinrich. Esta é a primeira vez que Heinrich e Jack vem ao Brasil. A primeira parada foi no estado do Amazonas, que eles lembram como “um dos lugares mais lindos do mundo”.
Foi durante as aulas de Gestão de Recursos naturais na Universidade Estadual do Colorado, há quatro anos, que a vontade de vir de bicicleta para ver a Copa do Mundo no Brasil surgiu. “Éramos amigos e tínhamos em comum a paixão por viajar ao ar livre.
A ideia inicial era fazer um ‘mochilão’ pela América do Sul e depois vir para o Brasil, mas decidimos sair dos EUA e só parar em Natal, onde acontecerá o primeiro jogo da seleção do nosso país”, explica Heinrich.
Espírito aventureiro
Subir um vulcão de 4.000 metros de bicicleta foi o maior desafio destacado por Heinrich, que tem a adrenalina como estilo de vida e profissão.
Subir um vulcão de 4.000 metros de bicicleta foi o maior desafio destacado por Heinrich, que tem a adrenalina como estilo de vida e profissão.
Ele é lenhador e trabalha construindo trilhas para turistas no Colorado. Já Jack trabalha como guia turístico na mesma cidade.
Só mesmo quem está acostumado a viver perigosamente para encarar com bom humor as surpresas que uma aventura como estas pode reservar. “Durante o percurso, vamos nos abrigando para descansar em todo tipo de lugar, desde casas de camponeses, acampamentos ao ar livre e até hotéis. Algumas vezes, nem é possível parar, e viajamos durante a noite”, conta o aventureiro.
Além de juntar dinheiro durante quatro anos, eles tiveram um preparo físico especial para encarar os quilômetros de peladada. Jack afirma que nos últimos dois anos eles realizaram pequenas viagens pelos Estados Unidos de bicicleta para treinar. “Nós sabíamos que não ia ser fácil, mas a nossa rotina de exercícios antes da viagem se intensificou”, relata Jack.
Os aventureiros esperam retornar aos Estados Unidos de avião ao final da Copa.
Eles tem pressa para chegar em Natal, mas nem tanta. Durante a entrevista à TRIBUNA DO NORTE, realizada na estrada que liga o município de Santa Maria à capital, os ciclistas afirmam que não não viam a hora de conhecer a cidade.
Quando questionados se queriam uma carona até a capital potiguar, a resposta já estava afiada junto a um sorriso no rosto empoeirado de cada um. “Não, de bicicleta nós começamos e da mesma maneira vamos terminar esta grata loucura”.
Números
10 países foram cruzados até a chegada ao Brasil
R$ 10.000 foi gasto durante a viagem, por cada um
10.000 quilômetros é a distância aproximada entre San Diego e Natal.
Fonte: Tribuna do Norte
Postado em 12 de junho de 2014