Caern desmente Styvenson sobre pronunciamento no Senado

Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor (CTFC) realiza reunião deliberativa com 14 itens. Entre eles, o PL 3.617/2019, que institui multa diária em caso de não realização da contrapropaganda. \r\rÀ bancada, senador Styvenson Valentim (Podemos-RN).\r\rFoto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Durante sessão no Plenário do Senado Federal, na última segunda-feira (2), o senador Styvenson Valentim (Podemos-RN) disse que o salário do atual presidente da Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern) é de R$ 70 mil por mês.

Em seu discurso, o parlamentar declarou: “É inconcebível o presidente de uma estatal como a Caern ganhar R$ 70 mil, muito acima do teto, muito mais que um senador da República, muito mais que um presidente, que um ministro do STF. Está lá no contracheque dele. Eu vi. Quem quiser ver é só acessar”.

Para confirmar a denúncia do senador, a reportagem do portalnoar.com.br acessou o Portal da Transparência da Caern e verificou que os salários do presidente da companhia, Roberto Linhares, variaram de R$ 18 mil em maio para R$ 9 mil em outubro.

Contudo, apesar de o presidente receber valores abaixo do denunciado por Styvenson, a Caern possui, sim, membros da diretoria com salários acima de R$ 50 mil. É o caso de Maria Geny Formiga, que era diretora de Empreendimentos da estatal até o mês de novembro.

Segundo o levantamento feito pelo NoAr, em agosto, ela recebeu de salário o total bruto de R$ 91,5 mil, sendo o maior valor desembolsado pela estatal para um membro da direção. Em julho e junho, ela já havia recebido R$ 60,9 mil e R$ 57,7 mil, respectivamente.

Já João Alberto Dantas, que ocupava o cargo de diretor de operação e manutenção até novembro, chegou a receber salário de R$ 69,8 mil em maio. O menor valor bruto recebido por ele neste ano foi de R$ 41,8 mil, em fevereiro.

Outra diretora com altos salários é Juliana Ubarana, responsável pela diretoria administrativa do órgão. De julho até outubro o pagamento dela ficou em R$ 20,5 mil. O diretor comercial e de atendimento, João Alves de Medeiros, recebeu R$ 14,4 mil como salário mais alto neste ano.

George Marcos, diretor financeiro da Caern, teve vencimentos brutos de até R$ 31,9 mil, no mês de junho. Fábio Siqueira, novo diretor de empreendimentos, e Thiago Índio do Brasil, de operação e manutenção, ainda não receberam pelos cargos, de acordo com o Portal da Transparência.

Em nota, a Caern explicou que os altos salários são justificados pelo plano de carreira que a companhia possui. Desta forma, “os profissionais ao longo dos anos vão progredindo de tabela salarial, bem como, incorporam gratificações em decorrência do tempo, conforme a lei.”

Veja a nota na íntegra:

A Caern esclarece que em relação aos salários que cumpre a legislação vigente no que se refere aos princípios de transparência, bem como, destaca que os empregados da Companhia estão submetidos ao regime da CLT.

Sobre a remuneração e os subsídios dos ocupantes de cargos na administração indireta, com receita própria, não estão vinculados ao teto disposto na Constituição Federal. Vale ressaltar que os valores que estão circulando através das redes sociais incluem benefícios como férias e outras bonificações. Além disso, a Caern dispõe de um plano de carreira em que os profissionais ao longo dos anos vão progredindo de tabela salarial, bem como, incorporam gratificações em decorrência do tempo, conforme a lei.

A Companhia esclarece que o salário informado pelo senador é de ex-diretores e não do Diretor-Presidente. Assim, a empresa destaca que a fala do senador Styveson, no que diz respeito ao Diretor-Presidente da Caern, Roberto Linhares não é correta. Destacando que o mesmo não recebe nem próximo da quantia divulgada pelo Senador. Essa informação precisa, a bem da verdade e da lisura, ser corrigida.

*Portal no Ar

Postado em 5 de dezembro de 2019