Com orações, apenados participam de mergulho simbólico em Alcaçuz. Ato é uma representação que confirma em público a fé no cristianismo.
Trinta e nove presidiários que cumprem pena na Penitenciária Estadual de Alcaçuz – a maior do Rio Grande do Norte – foram batizados durante um culto evangélico na manhã desta sexta-feira (25). Localizado em Nísia Floresta, na Grande Natal, o presídio abriga atualmente 1.140 detentos.
Dentre os participantes, homens novos e velhos que cometeram diversos delitos.
O processo de evangelização dura em torno de seis meses. Detentos que já atuam como pastores dentro do presídio realizam cultos diariamente no local. “Estamos fazendo o que o Senhor nos mandou, levando a palavra de amor, misericórdia, perdão e principalmente ressocialização, mostrando para os internos que existe um Deus que os ama e que pode reescrever as suas histórias”, relata o pastor Hilton Andrade, que comandou o momento de fé na penitenciária.
Os batizados são pessoas que cometeram vários crimes, mas desejam viver uma vida diferente. “Encontraram a fé”, destaca um ex-detento que agora ajuda a compor o mutirão de fé da Assembleia. O culto especial foi realizado pelos pastores da Assembleia de Deus, que fazem há anos visitas ao local. Antes do batismo, os presos receberam mensagens dadas pelos pastores, e pelos próprios apenados que pregam a religião. Hilton Andrade falou sobre o significado do batismo e comentou sobre o que é nascer de novo.
“O evangelho proporciona a mudança no coração e no comportamento destes homens”, defendeu.
Detentos já batizados e outros observadores lotavam o pátio em frente ao pavilhão 1 de Alcaçuz e ajudavam a compor o coro de cânticos religiosos. No momento da celebração, muitos choraram, outros seguraram as lágrimas. Mas todos se comoveram. O evento foi marcado por palmas e louvores. “O ato do batismo simboliza que a pessoa passa a fazer parte do corpo de Cristo. Quando alguém é batizado, ele deixa o homem velho e se torna uma pessoa renovada”, disse o pastor.
A felicidade e a emoção eram sentimentos visíveis no rosto dos homens presentes na cerimônia. “Agora eles têm uma nova família, que é a igreja, que os abraça, numa sociedade onde sofrem preconceito”, ressalta o pastor, que enfatiza também os bons resultados com os participantes do projeto. “A grande maioria muda de vida sim, percebemos que Deus toca o coração deles”, afirmou.
*Fonte: Passando na Hora