Programa: PMDB aparece como oposição e vítima mesmo ocupando 6 ministérios e dando sustentação ao governo Dilma
“Enquanto a economia desanda, continuamos desiludidos, duvidando de tudo e de todos”, prossegue a locutora.
“Nem a banana é vendida mais a preço de banana”, tripudia o maior partido do conglomerado governista. “A verdade é que o brasileiro empobreceu, entristeceu e o país precisa reagir: já!” Como se ainda acreditasse no impeachment, o PMDB esboçou a saída.
“O Plano Temer —como o documento ‘Uma Ponte para o Futuro’ — é um exemplo da capacidade do partido de unir vozes e lideranças de vários setores”, diz o deputado federal Mauro Mariani.
Não bastasse o Plano Temer, “vem aí […] o Plano Temer 2, que vai propor como manter e ainda ampliar os ganhos sociais”, informa o deputado Rodrigo Pacheco na propaganda do PMDB. E Temer: “O Brasil precisa de pacificação e consenso. Todos nós já sabemos os motivos.”
O vice-presidente falou como se já estivesse a caminho da poltrona de Dilma: “Tenho plena convicção de que é possível recobrar o ânimo, resgatar a confiança, e reabrir as portas para o crescimento.
Com esse linguajar, Temer evoluiu da condição de vice para a de vice-versa. Nos comerciais de tevê, estimula o impeachment. Na defesa que protocolou no Tribunal Superior Eleitoral, tenta evitar a cassação da chapa Dilma-Temer ecoando os argumentos do petismo e atacando o PSDB de Aécio Neves:
“Doação recebida e declarada de pessoa jurídica com capacidade contributiva, independentemente do que diga um delator, não é caixa dois.
Estrelam também a propaganda do PMDB dois dos mais ilustres investigados da Lava Jato: os presidentes do Senado e da Câmara, Renan Calheiros e Eduardo Cunha. A presença de ambos como que anula todo o esforço do partido para apresentar-se como solução. Considerando-se o que a dupla fez nos verões passados, pode-se afirmar que o PMDB é parte do problema.
*Por Josias de Souza