Uma cerimônia de sepultamento
acabou em tumulto e confusão no Cemitério do Caju, em Campos dos Goytacazes, no
Norte Fluminense. A dor de enterrar o patriarca da família na véspera do Dia
dos Pais foi multiplicada quando a família de Ivan Crespo Tavares, de 47 anos,
precisou entrar na cova para que o caixão pudesse passar pela abertura, isso
depois de uma empresa contratada não ter conseguido realizar o serviço.
A filha de Ivan Crespo, Rita de
Cássia Chagas, disse que o pai morreu depois de um mês internado por cirrose
hepática. Sete horas antes do sepultamento, a família procurou a administração
do Cemitério do Caju, informando que a sepultura da família precisava ser
ampliada porque o corpo do pai estava inchado e era obeso.
A direção do cemitério indicou
uma empresa para realizar o serviço. Rita de Cássia afirma que a empresa
recebeu R$ 100 para aumentar à sepultura.
“A empresa foi até o local e
mediu três vezes a sepultura e o caixão. O enterro estava programado para às
16h, mas quando chegamos, vimos que ainda não cabia o caixão. A empresa disse
que não tinha material para aumentar mais a sepultura e tentaram improvisar. Só
conseguimos enterrar meu pai depois das 18h”, contou.
Rita contou que depois das
tentativas fracassadas da empresa, a família também se mobilizou na execução do
trabalho, como mostram as imagens ao lado feitas pelo celular por um amigo da
família. “Viraram o caixão de todas as formas. Tentaram quebrar o túmulo com
uma marreta pequena. Como viram que ficamos transtornados com a situação,
disseram que devolveriam nosso dinheiro. Foi nesse momento que alguns amigos e
parentes arrumaram marretas maiores e quebraram a sepultura para o caixão
passar”, contou revoltada.
Rita de Cássia explicou que
amigos e familiares, indignados com a situação, tiveram que entrar na cova e
quebrar com marretas a estrutura da sepultura, para que o caixão pudesse
passar.
Diretor da Companhia de
Desenvolvimento do Município de Campos (Codemca), Rodrigo Paes, disse que a
empresa que prestou o serviço à família foi contratada diretamente, sem
intervenção da administração do Cemitério do Caju. Mas que vai procurar a
família nesta segunda-feira (12) para obter mais informações.
“Caso a família tenha assinado
contrato, nós vamos notificar a empresa. Essa notificação poderá auxiliar a
família em uma ação judicial futura. Nós entendemos que a empresa não prestou o
serviço que se comprometeu a prestar”, ponderou.
A dona empresa responsável pela
abertura da cova, Aciolina de Oliveira, informou que o procedimento adotado foi
normal. “Primeiro a gente faz a escavação na parte interna, só depois,
quando o caixão chega, que é possível verificar o tamanho do caixão para fazer
a abertura externa”, ressaltou.
Quanto a falta de equipamento
para a finalização do serviço, a responsável pela empresa desmente a família.
“Tinhamos todas as ferramentas necessárias aqui e estávamos abrindo, mas
eles interferiram, pegaram, inclusive, ferramenta da gente para fazer”,
concluiu.
Fonte: G1