A Polícia Civil apresentou ontem uma mulher suspeita de integrar uma
quadrilha de assaltantes que vem agindo em Natal. A polícia atribui
vários crimes à mulher e ao bando que ela supostamente liderada. Apesar
disso, a ‘Miss do Crime’, como foi denominada, só confessa a
participação em apenas um assalto, no qual foi filmada pelas câmeras de
segurança do estabelecimento. Inicialmente, ela será indiciada somente
por receptação de material roubado, pois foram encontrados na residência
dela objetos que a polícia afirma que foram conseguidos através dos
roubos.
A mulher foi identificada inicialmente como Killsia Carneiro Pereira, de
21 anos, natural da cidade de São Sebastião de Boa Vista, no Pará.
Essas informações estavam em uma cópia do documento de identidade
apresentada pela suspeita. O delegado Atanázio Gomes, titular da
Delegacia de Furtos e Roubos (Defur), confirmou que não havia qualquer
outra identificação com ela. Na casa em que morava Killsia Carneiro, em
Parnamirim, no bairro de Passagem de Areia, a polícia encontrou objetos –
roupas e eletroeletrônicos – que afirmou serem frutos de ações
criminosas.
Atanázio Gomes disse que, de início, ela só pode ser
indiciada por receptação, mas caso mais vítimas de assaltos e arrastões
a reconheçam, a ‘Miss do Crime’ pode ser enquadrada em formação de
quadrilha, porte ilegal de arma e roubo. A suspeita foi presa depois de a
polícia ser informada de que ela estaria fazendo uma visita na
quarta-feira passada a um detento do Presídio Provisório Raimundo Nonato
Fernandes, na zona Norte da capital. O preso é Ramon Gomes, que Killsia
diz ser seu namorado.
A mulher nega a participação dele como mentor das investidas criminosas,
mas a hipótese ainda não foi descartada pela polícia. Em um vídeo
gravado pelos policiais da Defur, Killsia Carneiro afirmou, inclusive,
que Ramon Gomes a advertiu depois de ver a filmagem divulgada na
internet que mostrava um assalto a uma loja do qual ela participava.
“Ele disse que não era pra eu fazer isso, que já bastava ele estar
preso”, relatou a mulher. No mesmo vídeo, ela confessa a participação no
crime, mas nega ter entrado na loja. “Fiquei do lado de fora”. À
polícia, ela afirmou que teria recebido R$ 1 mil pelo serviço. Na
ocasião, foram roubados R$ 45 mil.
Inquéritos
O
delegado Atanázio Gomes disse que há cinco ou seis inquéritos sob sua
responsabilidade, na Defur, que apuram assaltos e arrastões com
características semelhantes. Ele acredita terem sido cometidos pela
quadrilha lideada por Killsia Carneiro.
“Várias pessoas já a reconheceram, mas ainda estamos coletando
informações”, disse o delegado. Segundo ele, uma vítima a reconheceu
como sendo a mulher que a atingiu com uma arma na cabeça, provocando um
ferimento que precisou de oito pontos.
Sobre os outros
integrantes do bando, o bacharel afirmou não ter muitas pistas, mas acha
que há ainda dois homens e mais uma mulher envolvidos. Todos permanecem
sem identificação. Depois de presa, Killsia Carneiro foi levada ao
Centro de Detenção Provisória (CDP) de Parnamirim, na Grande Natal.
O namorado
A
paraense Kíllsia Carneiro disse à polícia que está em Natal desde
janeiro deste ano, mas não confirmou o motivo da vinda. O namorado dela,
Ramon Gomes dos Santos, está preso no Presídio Provisório Raimundo
Nonato Fernandes, desde o dia 15 de fevereiro. De acordo com informações
da direção da unidade, ele foi detido por furto e porte ilegal de arma.
No
Pará, onde também nasceu, Ramon responde a cinco processos, entre eles o
de falsidade ideológica e porte ilegal de arma, além de homicídio
qualificado. As informações estão no site do Tribunal de Justiça do
Estado. No mesmo endereço digital consta que Kíllsia Carneiro responde,
também em seu Estado de origem, por crime de lesão corporal.
Fonte: TN Online