Celular é responsável por um acidente a cada três dias em rodovias federais
Mortes provocadas por uso de celulares são uma realidade no trânsito brasileiro. Levantamento feito pela Polícia Rodoviária Federal mostra que em 2021 dez pessoas morreram em rodovias federais em acidentes que tiveram como causa principal a utilização destes aparelhos pelos condutores. Outras 117 pessoas ficaram feridas, 23 em estado grave.
Ao todo, foram 125 casos —ou seja, um acidente a cada três dias causado pelo uso do celular. Neste ano, até 15 de maio, em 38 ocorrências, quatro pessoas morreram e 41 ficaram feridas (quatro com gravidade), igualmente em rodovias federais.
Um relatório sobre trânsito e celular elaborado pela Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet) em abril do ano passado aponta que a investigação de 34.439 acidentes de trânsito com mortes nos EUA concluiu que 444 deles envolveram falhas de atenção devido ao uso de celulares.
O texto da Abramet, chamado de “Riscos do uso de telefone celular na condução de veículos automotores”, afirma que a utilização do aparelho e de dispositivos de mensagens se destaca como principal causa na falha de atenção de motoristas.
Na semana passada, a entidade médica publicou um estudo mostrando que, em 2021, mais de 246 mil motoristas foram multados por usar celular enquanto dirigiam no Brasil —média de 28 condutores autuados por hora.
A legislação nacional diz que dirigir veículo utilizando-se de fones nos ouvidos conectados a aparelhagem sonora ou de telefone celular é infração média, com cinco pontos na carteira de habilitação e multa de R$ 130,16.
Agora, se o motorista manusear o aparelho, para mandar mensagem ou visualizar um vídeo, por exemplo, ele comete infração gravíssima, com sete pontos na CNH e multa de R$ 293,47.
Um estudo realizado pela Abramet e pelo Instituto de Medicina do Hospital das Clínicas, com voluntários no autódromo de Interlagos, apontou que com o celular na mão, motoristas realizaram guinadas bruscas no volante e curvas exageradas na execução de manobras simples para percorrer uma fileira de cones, entre outros.