Chacina em prostíbulo de cidade do RN foi motivada por ciúmes, diz denúncia do MP

Patrícia Regina Nunes (dona do estabelecimento), Cássia Rayane Santiago Silva, Maria Daiane Batista e Antônia Francisca Bezerra Vicente são quatro das cinco vítimas (Foto: Divulgação/PM)
A Justiça do Rio Grande do Norte acatou nesta quarta-feira (4) a denúncia do Ministério Público Estadual (MPRN) sobre a chacina que vitimou cinco mulheres em um prostíbulo da cidade de Itajá, distante 200 quilômetros de Natal, ocorrida em 15 de junho de 2015. De acordo com o MP, o agricultor Issac Mendonça de Lucena, de 30 anos, matou a dona do prostíbulo, identificada como Patrícia Regina Nunes, por ciúmes do relacionamento que ela mantinha com uma namorada dele. 

Ainda de acordo com o MP, as outras vítimas da chacina foram mortas como “queima de arquivo”.

A denúncia do Ministério Público foi assinada no dia 29 de outubro, mas apenas nesta quarta foi acatada pela Justiça. A juíza da comarca de Ipanguaçu, município da região Oeste do RN, Suzana Paula de Araujo Dantas Corrêa, acatou a denúncia ofertada pelo MP e estabeleceu um prazo de dez dias para o réu apresentar defesa. Isaac já estava detido no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Assu por força de mandado de prisão preventiva. 


O MP concluiu que no dia do crime, Isaac foi até o prostíbulo acompanhado de homens ainda não identificados em um veículo Celta de cor preta e mataram as cinco mulheres que estavam na casa com tiros na cabeça. Segundo o MP, Patrícia estaria desfigurada tendo, aparentemente, levado um tiro de espingarda calibre 12 na cabeça. 

 As outras mulheres, Antônia Francisca Bezerra Vicente, de 32 anos, natural de Upanema, Maria da Conceição Pedrosa, de 21 anos, Maria Daiane Batista, de 20 anos e Cássia Rayane Santiago Silva, de 17 anos, naturais de Assu foram mortas enquanto estavam dormindo.

Ciúmes
De acordo com a denúnica, Isaac estaria mantendo há seis meses uma relação com uma mulher chamada Luzia. Ainda segundo o MP, Luzia também manteria uma relacionamento amoroso com Patrícia Regina Nunes, dona do prostíbulo, há quatro anos. 


Os dois já teriam inclusive trocado socos, mas, de acordo com o MP, Isaac “sempre apanhava”, o que teria aumentado a raiva dele por Patrícia.

A denúncia do MP também descreve perseguições de Isaac à Luzia para garantir que esta não se encontrasse com Patrícia, além de um furto ao prostíbulo realizado pelo acusado. Segundo o MP, Isaac já teria dito que “ia mandar uns caras matarem” Patrícia, fazendo com que ela pensasse em deixar a cidade, o que não ocorreu.

Ainda de acordo com o MP, Isaac teria entrado em contato com Luzia na noite do crime, tendo perguntado por Daiane, uma das vítimas da chacina, que era filha de criação de dela. Isaac ainda teria perguntado se Luzia o visitaria se ele fosse preso. 


Fonte: G1
Postado em 6 de novembro de 2015