Comandante da PM/RN deixa o governo em “saia justa”, ao admitir à imprensa que quem manda em Alcaçuz são os presos
O comandante da Polícia Militar do Estado, André Azevedo, deixou o governo do Rio Grande do Norte em uma “saia justa”, ao admitir, na noite de ontem, em entrevista a um grupo de jornalistas locais e correspondentes que se encontravam em Nísia Floresta, que o controle do presídio de Alcaçuz permanece nas mãos dos internos. A repercussão negativa das declarações do Oficial surgiu de imediato nas redes sociais.
Internautas questionavam a fragilidade do Estado diante do crime organizado.
Azevedo ainda chegou a responsabilizar a SEJUC pela perda de controle do presídio. “Os dois principais objetivos da PM são salvar vidas e aplicar a lei. Então a polícia chegou no local porque a Sejuc (Secretaria de Justiça e Cidadania) perdeu o controle da unidade. Estamos atuando para retomar o controle da unidade, e a primeira providência é instalar a barreira física, para evitar que se matem”, declarou.
Questionado pela Agência Brasil se os presos continuariam portando armas, circulando, se relacionando livremente e falando ao celular, o comandante confirmou. “Exatamente. Isso depende de reformas estruturais, de serviços de engenharia, e não é a polícia que não vai realizá-la.”
E acrescentou: “Enquanto os presos estiverem soltos, enquanto não houver celas, com grades para prender os detentos nos pavilhões e nas celas, isso poderá ocorrer”.
Azevedo defendeu que não adiantaria retirar armas brancas do local, porque os presos fabricariam outras.
“A penitenciária está completamente destruída. Então por mais que se retirem as armas, qualquer pedaço de ferro se transforma em uma arma”, justificou. “Cada vez que a polícia entra com o apoio da Sejuc se retiram armas que se encontram, mas isso não é suficiente para garantir que amanhã não haverá armas. Seria ingênuo afirmar isso e vocês acreditarem”, disse.
*Com informações do Novo Jornal
Postado em 23 de janeiro de 2017