Começam testes da transposição do São Francisco, mas ainda falta água
“Só vou acreditar quando sair mesmo a obra. Se chegar mesmo água aqui, o Nordeste vai virar Sul. Vai ser muito bom para a gente aqui, o povo só não trabalha porque não tem água”, afirma o moto taxista Geneci Batista, que se mostra cético ao projeto de transposição das águas do rio São Francisco. Em outubro deste ano, começaram os testes no primeiro trecho de canais, quatro anos depois do prazo fixado para a conclusão das obras.
Os canais que saem do Velho Chico somam, juntos, 477 quilômetros.
Os canais que saem do Velho Chico somam, juntos, 477 quilômetros.
O objetivo, segundo o Ministério da Integração, é levar água a cerca de 12 milhões de pessoas em Pernambuco, na Paraíba, no Ceará e Rio Grande do Norte. A previsão é atingir mais de 390 municípios no sertão pernambucano, além de 325 comunidades que residem a uma distância de cinco quilômetros da margem dos canais.
Esse primeiro teste ocorreu na estação 1 do Eixo Leste, em Floresta (PE).
A água da Barragem de Itaparica é bombeada até a Barragem de Areias, a primeira das 27 previstas na região. Apesar disso, a população do entorno da obra no sertão pernambucano ainda não tem acesso à água que corre pelo canal. Isso deve ocorrer após a conclusão dos testes, previstos para ocorrer até o fim do ano.
Ao todo, são cerca de 11 mil funcionários que trabalham no projeto de transposição do São Francisco atualmente. O G1 percorreu 2.500 quilômetros, pelas cidades de Sertânia, Custódia, Floresta, Salgueiro e Cabrobó, em Pernambuco; Monteiro e São José de Piranhas, na Paraíba; além de Jati, Mauriti e Brejo Santo, no Ceará.
Ao todo, são cerca de 11 mil funcionários que trabalham no projeto de transposição do São Francisco atualmente. O G1 percorreu 2.500 quilômetros, pelas cidades de Sertânia, Custódia, Floresta, Salgueiro e Cabrobó, em Pernambuco; Monteiro e São José de Piranhas, na Paraíba; além de Jati, Mauriti e Brejo Santo, no Ceará.
Em 2012, as obras foram praticamente paralisadas devido a problemas com as construtoras e desentendimentos sobre valores de contratos. Questões como a perfuração de solos com constituição mais dura do que o previsto afetaram o andamento das obras e o orçamento. Novas exigências do Ibama representaram quase R$ 1 bilhão a mais, valor não previsto inicialmente.
O orçamento passou de R$ 4,8 bilhões para R$ 8,2 bilhões e agora, segundo o Ministério da Integração Nacional, a transposição só deve ser finalizada em dezembro de 2015. A conclusão está próxima de 70% do total, segundo a pasta.
Quando ocorreu a paralisação das obras, os sertanejos chegaram a temer que a Transposição não fosse concluída.
Com o atual ritmo, pessoas como o comerciante Mauro Barbosa esperam que secas extensas não sacrifiquem tanto a população.
“Gastar o que se gasta com carro-pipa… É melhor uma obra dessas mesmo. Tem muita gente precisando. Tendo água, tem comida”, acredita Barbosa, morador de Monteiro.
Fonte: G1
Postado em 11 de dezembro de 2014