Conheça a história por trás da música Boate Azul
Mesmo que você não seja fã de música sertaneja, com certeza já se pegou cantando, no fim da noite, algum trecho de Boate Azul. Clássica dos karaokês e dos finais de festas, a música é certeza de emoção e, em certos casos, muita risada!
Além de ser sempre pedida pelo público em apresentações de barzinhos, ela também já foi escolhida para ser gravada por várias duplas sertanejas. Muitas delas, inclusive, ficaram mais famosas depois do lançamento da canção.
Mas, mesmo conhecendo a letra e sabendo cantá-la, é bem provável que você não saiba qual é a história da música Boate Azul. Então, continue lendo para descobrir!
A história da música Boate Azul
O compositor de Boate Azul é o músico Benedito Seviéro que, em 1963, escreveu a letra sem muitas ambições.
Apesar de o sucesso não ter emplacado na voz do artista, a música ficou marcada como um verdadeiro hino do sertanejo raiz. Mas nada se compara à sua história. Olha só!
Em uma noite, Benedito iria acompanhar o cantor José Lopes, famoso nos anos 1950, em um show na cidade de Apucarana, no Paraná. Ele se apresentaria na boate da Dona Dirce, a Blue Night.
No entanto, um imprevisto impediu a apresentação naquela noite. No dia 3 de junho de 1963, o Papa João XXIII faleceu de câncer.
Em razão do ocorrido, o mundo inteiro ficou de luto e a polícia proibiu que o artista se apresentasse na casa noturna. O evento, então, foi cancelado.
O público ficou super decepcionado. Afinal, muitos já estavam aguardando o artista na Blue Night, que ficava na rodovia, afastada uns 3 km da cidade.
Como muitos deles queriam continuar aproveitando a noite, mas não tinham para onde ir, acabaram por ficar lá mesmo, bêbados. Foi esse o episódio que inspirou Benedito a escrever Boate Azul.
Segundo o autor, o trecho a seguir retrata bem o que ele vivenciou naquele momento:
Sair de que jeito, se nem sei o rumo para onde vou
Muito vagamente me lembro que estou em uma boate aqui na zona sul
Eu bebi demais e não consigo me lembrar sequer
Qual era o nome daquela mulher
A flor da noite na boate azul
Apesar de ser uma estrofe sobre decepção amorosa e bebedeira, ela também menciona uma misteriosa mulher, que o cantor não consegue se lembrar do nome.
Sobre ela, Benedito não revelou nada. Será que ela existiu ou foi só fruto da imaginação do compositor? 🤔
E a canção chegou a ter uma continuação, composta também por ele. É Som de Cristal, que traz a cena, ainda mais trágica, do homem encontrando essa flor da noite em um prostíbulo. Não para pegar o marido no flagra, mas para trabalhar!
Saiba mais sobre Benedito Seviéro
Benedito Onofre Seviéro foi um dos mais importantes compositores de música sertaneja no Brasil. Falecido em 2016, ele deixou mais de 2000 composições, gravadas por duplas sertanejas consagradas em nosso cenário musical.
Ele também era cantor e participou de várias duplas. Uma delas, formada nos anos 1980, chamava-se Evereste e Coliseu. Criatividade até na hora de escolher o nome, não é mesmo? 😉
As muitas regravações da Boate Azul
Muitos artistas regravaram a canção. Uma das interpretações mais famosas é do Bruno e Marrone. Ela está entre as músicas mais ouvidas da dupla e ajudou a populariza-la entre os mais jovens.
Apesar da longa carreira, Benedito é lembrado mesmo por ter composto Boate Azul. A primeira dupla que teve o privilégio de gravar a canção foi Tibagi e Miltinho. Porém, durante a Ditadura Militar, ela foi censurada e ficou guardada por anos.
A sua liberação aconteceu apenas na década de 1980, quando o grupo Os Amantes do Luar finalmente conseguiu gravá-la. Pena que o reconhecimento do público não veio tão rápido.
Foi só com a gravação de Joaquim & Manoel, cinco anos mais tarde, que ela emplacou de vez. A partir daí, foi só sucesso! 🤩
Para entrar de vez no clima do sertanejo raiz
Se você curte Boate Azul e ficou a fim de ouvir mais músicas sertanejas das antigas, chegou a sua hora. Confira a nossa seleção com os melhores do sertanejos raiz para ouvir e relembrar!
*Fonte: Letras.mus.br