Corpos caíam do céu em vila da Ucrânia depois da explosão de avião da Malásia; até em telhado de casa
Um dos cadáveres atravessou o telhado frágil da casa de Irina Tipunova nesta tranquila aldeia, logo após o voo MH17 da Malaysia Airlines explodir no céu da Ucrânia oriental, onde os separatistas pró-Rússia lutam contra as forças do governo.
“E então eu ouvi um barulho e ela caiu na cozinha, o telhado foi quebrado”, disse, mostrando o buraco feito pelo corpo quando caiu através do teto da cozinha.
O corpo nu da mulher morta ainda estava dentro da casa, ao lado de uma cama.
A cerca de 100 metros da casa de Irina, mais dezenas de corpos estavam nos campos de trigo, onde o avião caiu na quinta-feira, matando todas as 298 pessoas a bordo.
Outra moradora local com cerca de 20 anos e que não quis dar seu nome, disse que correu para fora de casa depois de ouvir o avião explodir.
“Eu abri a porta e vi as pessoas caindo.
Não foram apenas corpos que caíram do céu. Pedaços de metal, peças de bagagem e outros detritos desabaram no chão nesta área agrícola a cerca de 40 quilômetros da fronteira com a Rússia.
A parte da frente do avião caiu em um campo de girassóis a cerca de um quilômetro da casa de Irina.
Equipes de resgate dizem ter encontrado a maior parte dos cadáveres, alguns deles intactos, outros despedaçados. Alguns foram empilhados juntos, mas outros ficaram onde caíram, com os locais identificados por varas fixadas no solo com tecidos brancos anexados.
Alguns dos cadáveres foram embrulhados em folhas de plástico quase transparentes, com os cantos presos com pequenos montes de terra ou pedras.
Entre os mortos estão muitas mulheres e crianças, incluindo um menino de cerca de 10 anos ainda caído ao lado da cabine do avião, o seu pequeno corpo coberto por uma folha de plástico.
Em um esforço para limpar a cena, partes de corpos foram retiradas da estrada esburacada onde caíram, junto às partes da fuselagem e asas com o logotipo vermelho e azul da Malaysia Airlines.
Combatentes rebeldes em uniforme de combate observavam os procedimentos nervosamente.
O som constante de morteiros e disparos à distância era um alerta de que ainda não terminou o conflito entre os rebeldes separatistas e as forças do governo, que tentam acabar com três meses de revolta contra as autoridades de Kiev.
Extra – O Globo