Delegado acredita que disparo que matou vigilante não partiu da PM

“O disparo que matou o vigilante Douglas Azevedo pode ter saído da arma que estava com o homem que estava dentro do carro com Douglas”. A afirmação é do delegado Frank Albuquerque, coordenador da Delegacia Especializada em Homicídios.

De acordo com o delegado, a hipótese foi levantada a partir de observações de fotografias da perícia do crime que ocorreu nesta terça-feira (4).“O tiro que ele levou foi do lado direito da cabeça e pode ter sido à queima-roupa. 

Tinha uma mancha de queimado em volta do orifício aberto pela bala, que pode ser da pólvora expelida pelo tiro”, observou.

O delegado ainda explicou que só será possível confirmar que o tiro partiu da arma do outro homem que estava no carro após o resultado do laudo do Instituto Técnico-Científico de Polícia (Itep), que deve ficar pronto na próxima semana. 

A delegada que atendeu à ocorrência, Thaís Aires, informou que dois policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) já foram ouvidos e outros PMs serão chamados para prestar depoimento. Ela informou que a Dehom levantou quem seriam as testemunhas ouvidas e enviou intimação para estas. “A identidade das testumunhas será preservada neste momento para não atrapalhar o curso das investigações”, disse. 
A Dehom começou hoje (6) a realizar oitivas para apurar as circunstâncias das mortes do vigilante Douglas Azevedo Lourenço, de 28 anos, e João Paulo Gomes de Araújo, de 23 anos, na Redinha, bairro da zona Norte de Natal. As investigações da Polícia Civil vão se estender pelos próximos 30 dias, prorrogáveis por mais 30, caso necessário. 
O Comando Geral da Polícia Militar também investigará o caso, com um Inquérito Policial Militar, para averiguar a conduta dos policias na operação.

Segundo o delegado Roberto Andrade, o trabalho será em círculos. “Vamos aprofundar, investigando em círculos. No entanto, ainda é cedo para indicar qualquer conclusão. A perícia vai ser fundamental, já que há marcas de projéteis no carro e nos corpos”, declarou. 

Já o prazo legal para correr o Inquérito Policial Militar (IPM) é de 40 dias para definição.

Conforme informações de testemunhas e familiares de Douglas Azevedo, ele teria sido abordado por João Paulo quando seguia para mostrar um imóvel para alugar a um casal na rua Búzios, cerca de 2 km do local do crime. João Paulo estaria em fuga e, em posse de uma arma de fogo, teria obrigado Douglas a entrar no próprio veículo e dirigir. No caminho, foram perseguidos por policiais e acabaram alvejados. 

Tribuna do Norte
Postado em 6 de novembro de 2014