Demora no cumprimento da ordem de prisão contra Jefferson gera incômodo em policiais federais
Roberto Jefferson: em vídeo, ex-deputado afirma que não irá se entregar à polícia Reprodução
Delegados e policiais federais manifestaram indignação pela demora no cumprimento da ordem de prisão contra o ex-deputado Roberto Jefferson, expedida neste domingo pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Em aplicativos de mensagem, eles afirmam que não há razão para oferecer ao político, que atacou uma equipe de policiais federais que foram ao local cumprir a decisão, o privilégio de negociar a rendição diretamente com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres.
Os policiais afirmaram que a demora representa uma “desmoralização total da PF” — a reação armada de Jefferson à prisão deixou uma agente e um delegado feridos — e esperar a chegada do ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, para que o ex-deputado se entregue às autoridades é dar um privilégio a quem acabou de cometer duas tentativas de homicídio e pode criar um perigoso precedente.
Nos grupos, eles lembraram que uma equipe do Grupo de Pronta Intervenção (GPI) treinada para o cumprimento de mandado de prisão já se encontra no local. Os agentes chegaram ao local no começo da tarde deste domingo, mas durante a tentativa de prisão, foram recebidos a tiros por Jefferson, que se recusa a se entregar às autoridades enquanto o ministro da Justiça não chegar ao local. Um experiente delegado disse que todos os cumprimentos de mandados na casa do ex-deputado exigiram cuidados redobrados pelo histórico de ameaças.
Em nota, a Associação dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) repudiou o ataque sofrido por policiais federais durante a tentativa de prisão. Para a entidade, “é totalmente inaceitável qualquer tipo de violência contra policiais federais, em especial no cumprimento do dever legal estabelecido pela Constituição Federal”.
A ADPF desejou a pronta recuperação dos policiais federais vítimas “desse absurdo atentado”. De acordo com a nota, os delegados federais vão acompanhar “vigilantes o desdobramento dos fatos e exigirão uma rigorosa punição ao responsável pelas agressões”.
*O globo