Com o afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência da Câmara Federal, e o cerco político contra Waldir Maranhão (PP-MT) que assumiu o cargo na semana passada, o deputado Fernando Giacobo (PR-PR), poder ser o novo presidente da Casa. Ele agora é o vice-presidente interino.
Diferente dos dois, Giacobo não é investigado na Operação Lava Jato. Por outro lado, já foi réu no Supremo Tribunal Federal (STF) em três ações, que foram prescritas, e ganhou na loteria 12 vezes em um período de 14 dias, em 1997.
Maranhão pode não ter condições de se sustentar no cargo por também ser investigado na operação Lava Jato e pela pressão política sofrida após tentar anular o a votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Maranhão foi citado pelo doleiro Alberto Youssef, delator do esquema investigado na Lava Jato, como tendo recebido pagamentos mensais que variavam de R$ 30 mil a R$ 50 mil.
Além disso, ele também responde a dois outros processos no STF. por lavagem de dinheiro e ocultação de bens. No caso da saída de Maranhão do cargo, Giacobo poderia se tornar o novo presidente e ao mesmo tempo ficar mais visado no cenário político nacional.
Processos
Giacobo era segundo vice-presidente, eleito em fevereiro de 2015, para mandato de dois anos, e passa a ser o próximo na linha sucessória de Eduardo Cunha. Essa condição levou Giacobo a ser citado na imprensa como alvo de inquérito por crimes contra a ordem tributaria. Ele também teria se envolvido em ações sob a acusação de sequestro e carcere privado, falsidade ideológica e formação de quadrilha. Esses últimos prescreveram em 2011.
No processo de cárcere privado, o parlamentar era acusado de sequestro contra José Adílson dos Santos, que teria sido vítima dos crimes em Cascavel (Oeste do Paraná), onde se encontrou com Giacobo para entregar papéis de uma fazenda que seria vendida em Mato Grosso. A investigação aponta que o parlamentar desconfiou da autenticidade dos documentos e, por isso, teria mantido Santos em cárcere privado por mais de 30 horas, até que o antigo proprietário restituísse um sinal de determinado valor.
Loterias
No caso das loterias, o mais curioso, ele ganhou doze vezes – somados os prêmios, recebeu R$ 134 mil. Em 2004, em entrevista à Folha de S. Paulo, o deputado atribuiu a bolada recebida à sua sorte. “Pura sorte. Juro por Deus. Eu sou um cara de muita fé”, disse.
“Rapaz, deve ter sido um mês que eu devo ter jogado bastante. Você vai lá, consulte a Caixa, manda a Polícia Federal averiguar se o jogo não é quente, aí você me liga se não for”.
Nada consta
A assessoria de Giacobo enviou documento de certidão de antecedentes do STF mostrando que não há inquérito em andamento e que a situação junto à Receita Federal foi regularizada. Em nota, o parlamentar afirmou que “atualmente o deputado não responde a nenhum crime”.
Deputado que atua no Sudoeste e Oeste do Paraná, Giacobo é empresário do setor automotivo. Foi eleito deputado federal pela primeira vez em 2002, filiado ao PPS. Foi do PL e agora é do PR – e foi reeleito três vezes, fazendo 145 mil votos em 2014.
Documentos enviados pela assessoria de Giacobo:
UOL, via Paraná Notícias