Dilma usa horário nobre na TV para fazer campanha explicita
A presidente Dilma Rousseff fez campanha aberta na TV a pretexto de fazer umpronunciamento sobre o 1º de Maio.
A petista usou a prerrogativa que presidentes têm para convocar redes
nacionais de rádio e TV. Essa é uma praxe. Sempre foi seguida por todos
os antecessores de Dilma. Mas na sua fala de 12 minutos desta noite
(30.abr.2014) o conteúdo foi formatado claramente para tentar estancar a
queda da popularidade do governo e a perda de apoio nas pesquisas de
intenção de voto.
nacionais de rádio e TV. Essa é uma praxe. Sempre foi seguida por todos
os antecessores de Dilma. Mas na sua fala de 12 minutos desta noite
(30.abr.2014) o conteúdo foi formatado claramente para tentar estancar a
queda da popularidade do governo e a perda de apoio nas pesquisas de
intenção de voto.
Dilma foi informada por sua equipe que o caso de má governança e de
suspeitas de corrupção na Petrobras começou a corroer a imagem do
governo. Por essa razão, na sua fala a presidente admite que há atos de
corrupção relacionados à estatal e promete apurar tudo e punir os
responsáveis.
suspeitas de corrupção na Petrobras começou a corroer a imagem do
governo. Por essa razão, na sua fala a presidente admite que há atos de
corrupção relacionados à estatal e promete apurar tudo e punir os
responsáveis.
A petista também aproveitou para oferecer um aumento de 10% aos
beneficiários do Bolsa Família, que são cerca de 14 milhões de famílias
(atingindo 36 milhões de brasileiros). Para completar, antecipou o
anúncio de uma correção na tabela do Imposto de Renda, cujo efeito só
virá, na prática, em 2015.
beneficiários do Bolsa Família, que são cerca de 14 milhões de famílias
(atingindo 36 milhões de brasileiros). Para completar, antecipou o
anúncio de uma correção na tabela do Imposto de Renda, cujo efeito só
virá, na prática, em 2015.
Também chamou a atenção o trecho em que ela tratou de reforma
política. “É preciso agora, sobretudo, tornar realidade o pacto da
reforma política”, disse ela, lembrando que encaminhou ao Congresso “uma
proposta de consulta popular para que o povo brasileiro possa debater e
participar ativamente da reforma política”.
política. “É preciso agora, sobretudo, tornar realidade o pacto da
reforma política”, disse ela, lembrando que encaminhou ao Congresso “uma
proposta de consulta popular para que o povo brasileiro possa debater e
participar ativamente da reforma política”.
Nesse trecho, Dilma apela para uma ligação direta entre ela e os
cidadãos, para pressionar o Congresso. “Sempre estive convencida que sem
a participação popular não teremos a reforma política que o Brasil
exige”, declarou. Completou assim: “Além da ajuda do Congresso e do
Judiciário, preciso do apoio de cada um de vocês, trabalhador e
trabalhadora. Temos o principal: coragem e vontade política. E temos um
lado: o lado do povo. E quem está ao lado do povo pode até perder
algumas batalhas, mas sabe que no final colherá a vitória”.
cidadãos, para pressionar o Congresso. “Sempre estive convencida que sem
a participação popular não teremos a reforma política que o Brasil
exige”, declarou. Completou assim: “Além da ajuda do Congresso e do
Judiciário, preciso do apoio de cada um de vocês, trabalhador e
trabalhadora. Temos o principal: coragem e vontade política. E temos um
lado: o lado do povo. E quem está ao lado do povo pode até perder
algumas batalhas, mas sabe que no final colherá a vitória”.
Em resumo, ainda que usando um certo bonapartismo oblíquo, Dilma
pediu aos brasileiros que façam carga sobre o Congresso para que seja
realizada a reforma política.
pediu aos brasileiros que façam carga sobre o Congresso para que seja
realizada a reforma política.
De maneira indireta, ela coloca a culpa pelos problemas do país num
sujeito oculto e difuso –o sistema político– e responsabiliza o
Congresso por não avançar com essa reforma.
sujeito oculto e difuso –o sistema político– e responsabiliza o
Congresso por não avançar com essa reforma.
A presidente foi à TV para dizer que está fazendo tudo certo, que
está dando 10% de aumento no Bolsa Família e que se as coisas não andam é
porque no Brasil falta uma reforma política e o Congresso não se
esforça.
está dando 10% de aumento no Bolsa Família e que se as coisas não andam é
porque no Brasil falta uma reforma política e o Congresso não se
esforça.
É assim que Dilma pretende estancar sua queda nas pesquisas.
Por Fernando Rodrigues
Postado em 1 de maio de 2014