Ditadura? Ministro ameaça punir policiais federais que entrarem em greve na Copa

A 43 dias do início da Copa do
Mundo, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, ameaçou nesta quarta-feira
(30/4) punir os policiais federais que paralisarem as atividades durante o
evento. Apesar de reconhecer a legitimidade das reivindicações da categoria,
ele lembrou que ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) já se manifestaram
pela ilegalidade de greves de policiais.

Mesmo com a sinalização de greve
por parte de agentes, escrivães e papiloscopistas, Cardozo acredita que os
policiais federais não vão expor o Brasil internacionalmente, mas citou a
prisão do vereador e policial militar da Bahia, Marco Prisco, como exemplo que
poderá ser seguido caso os policiais cruzem os braços. “Em situações abusivas
teremos que aplicar a lei”, defendeu.

“Há uma decisão do STF que afirma
ilegalidade e inconstitucionalidade das greves de policias militares e civis.
Ou seja, órgãos armados não podem legalmente fazer greve. Por esta razão legal
e por não acreditar que policiais, que juraram respeitar a sua nação, queiram
expor o seu país a uma situação inaceitável perante o mundo, não acredito que
eles façam paralisações na Copa do Mundo”, argumentou o ministro.


Desde o início de fevereiro,
agentes, escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal em todo o país têm
feito manifestações por melhores salários e condições de trabalho.
Representantes da categoria não descartam intensificar os protestos durante a
Copa.

Em nota, o presidente da
Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Jones Borges Leal,
respondeu às declarações da ministra do Planejamento, Miriam Belchior, dadas
ontem (29) no Congresso, sobre o reajuste da categoria. Segundo ele, o salário
dos policiais foi reduzido “praticamente à metade do valor real” durante o
governo da presidenta Dilma Rousseff. Ele não descartou novas ações.

“Se o governo Dilma continuar
intransigente e não tiver sensibilidade, no final de junho pode ser realmente
inevitável o aceite dessa proposta desmoralizante, pois não somos radicais e
sabemos que vão usar a lei da responsabilidade fiscal contra nós. Porém, isso
vai ser interpretado como uma declaração de guerra do Partido dos Trabalhadores
em relação à ampla maioria dos policiais federais” destaca Leal.
Fonte: Correio Brasiliense


Postado em 30 de abril de 2014