‘Dor sem limites’, diz pai de cearense morto ao furar barreira policial no RN
54 anos, ainda tenta superar a perda inesperada. Baleado por policiais
militares ao furar uma barreira de trânsito no dia 13 de abril em
Mossoró, na região Oeste do Rio Grande do Norte, o universitário
cearense José Fernandes Castelo, de 19 anos, deixou um vazio na família.
“É uma dor sem limites, um sofrimento profundo que abalou a família por
interior. Perder um filho é brutal, algo que não desejo nem para o meu
pior inimigo”, desabafa Tyrone Castelo.
O pai conta que a família tem frequentado missas para tentar susperar a
perda. As visitas ao cemitério também são frequentes. Sobre a
investigação do caso, Tyrone ainda aguarda a conclusão do inquérito,
prometida para 15 dias pelo delegado Cleiton Pinho, titular da Delegacia
Especializada de Homicídios (Dehom) de Mossoró. O engenheiro esteve com
o delegado nesta quarta-feira (16) para saber do andamento do processo.
desastrosa”, afirma. Além da morte do filho, Tyrone acusa os policiais
militares de mentir sobre o que aconteceu no dia da morte de José
Fernandes. “Meu filho não atropelou três pessoas, como foi dito pelos
policiais. Apenas um motociclista foi atingido e fraturou o pé. Demos
toda a assistência e pagamos o tratamento. Além de tirar a vida do meu
filho, difamaram o nome dele”, conta o engenheiro.
Sobre a atitude de José Fernandes no episódio, o pai acredita que o
filho havia bebido. “É preciso ser sincero. Ele tinha tirado a carteira
há pouco tempo. Acredito que ele bebeu e ao passar pela barreira ficou
com medo de ser pego”, explica. Entretanto, Tyrone acrescenta que o
filho só acelerou o carro depois que foi perseguido. “O carro passou com
40 quilômetros na barreira e depois acelerou. Quem não faria isso sendo
perseguido, ouvindo tiros”, diz.