Dos 79 corpos sem identificação encontrados no ITEP-RN, 45 estavam em dormitório
Dos 79 corpos sem identificação encontrados no Instituto Técnico-Científico de Perícia do Rio Grande do Norte pelo Ministério Público, 45 estavam em um quarto que servia de dormitório. A informação está no Termo de Inspeção, assinado pelo promotor Vitor Emanuel de Medeiros Azevedo após a fiscalização desta quinta-feira (24). O G1 teve acesso ao documento.
Os corpos estavam dentro do cômodo que atualmente não é mais usado como um espaço para dormir. Mas deveriam estar dentro da câmara frigorífica. Nem o Itep, nem o MP confirmaram o motivo de os cadáveres estarem no dormitório. Com relação aos demais cadáveres sem identificação, o Instituto disse que estavam todos na câmara.
A 19ª Promotoria de Justiça da Comarca de Natal realizou nesta manhã uma inspeção de urgência na sede do Itep. O objetivo é investigar o atraso na confecção de laudos necroscópicos, que tem gerado o acúmulo de dezenas de cadáveres sem identificação.
De acordo com o Termo de Inspeção, entre esses 45 corpos que estavam no dormitório, 20 tinham algum tipo de informação sobre sua origem e os outros 25 estavam sem qualquer identificação.
Segundo o promotor Vitor Emanuel relata no documento, há ainda dezenas de corpos esqueletizados, semiesqueletizados ou mumificados, cuja contagem somente poderá ser feita após a conclusão de uma obra nas dependências do Núcleo de Antropologia Forense. As construções fizeram com que os cadáveres fossem transportados a uma sala sem iluminação.
“Após debates sobre a necessidade de aperfeiçoamento do fluxo de trabalho referente aos procedimentos necessários à realização dos exames periciais e à consequente liberação dos corpos para inumação, acordou-se um prazo de três meses para a solução do acúmulo de corpos”, afirma o promotor no Termo de Inspeção.
Depois a inspeção o Itep iniciou um mutirão para identificar os corpos. Também deve ser mantido contato com a Prefeitura Municipal de Natal para a disponibilização de espaços nos cemitérios públicos para a inumação dos cadáveres. O Ministério Público deu 90 dias para que o Instituto de Perícia apresente um relatório com as medidas efetivamente adotadas.
*G1 RN
Postado em 25 de janeiro de 2019