Dunga é o novo técnico da seleção brasileira. A confirmação da notícia deve vir só amanhã (terça-feira), mas o fim de semana do brasileiro já foi agitado demais por conta dessa ‘novidade’.
Ouvi muita gente sobre essa mudança e a desaprovação foi geral. Se você conhece alguém que esteja feliz com o retorno de Dunga à seleção, por favor me avise. Não vale ser familiar dele, tá?
“Palhaçada”, “isso aí é esquema” e “ridículo” foram algumas das expressões que resumiram o sentimento das pessoas com quem conversei.
Nem adiantou tentar lembrá-los de que Dunga foi o técnico mais vitorioso que o Brasil teve desde Felipão-2002 (muito disso, claro, porque Parreira, Mano e Felipão-2014 tiveram desempenhos horríveis).
O sentimento geral é que a CBF prometeu renovação após a Copa humilhante mas começou mal, muito mal. Nada que seja dito de bom sobre o futebol brasileiro faz muito sentido agora.
Nada é suficiente para amenizar a tristeza após o 7 a 1 alemão, seguido pelo 3 a 0 holandês.
Quem já estava revoltado com a indicação de Gilmar para o cargo de coordenador ficou desesperado com o retorno de Dunga. E por vários motivos.
Primeiro, ele não representa renovação. Isso é fato.
Já foi treinador da equipe e sofreu para conquistar a Copa América, em 2007, e a Copa das Confederações, em 2009. Ganhou de quase todos os gigantes do futebol em quatro anos, classificou o Brasil em primeiro lugar nas eliminatórias para o Mundial mas caiu na semifinal da Olimpíada de Pequim. Justo para a Argentina, de Messi.
Ficamos com a medalha de bronze.
Inventou caras como Afonso Alves, Grafite e Doni (numa Copa do Mundo). Desfilou as camisas de sua filha, que hoje é estilista. E caiu na Copa de 2010. Para a Holanda, nas quartas de final.
Sua seleção ficou marcada pelo choro de Julio César, pela revolta de Felipe Melo com parte da imprensa. Por Elano, Robinho, pela falta de Neymar e Ganso.
Depois da Copa de 2010, foi parar no Internacional, no início de 2013.
Não conquistou grandes resultados no único clube em seu currículo após a seleção. Ganhou um Campeonato Gaúcho em 2013 e só. Ficou 10 meses por lá e acabou demitido após 4 derrotas seguidas, na 25ª rodada do Brasileiro.
Ou seja, ele pode até ser um bom treinador. Pode ser o cara para fechar o grupo num momento de total desespero da CBF. Pode ser um cara sério, focado mais no resultado do que no futebol bonito.
Só que agora, mais uma vez, virou alvo. Tem um trabalho árduo pela frente. Precisa ser campeão da Copa América de 2015.
Não pode perder amistosos.
Está na mira da torcida, na mira dos mais de 200 milhões de técnicos que o Brasil tem. E pode pagar o pato após uma Copa do Mundo desastrosa.
Por que não Tite? Leonardo?
Enfim, Dunga pode até ser o cara certo, mas com certeza está no lugar errado e, principalmente, na hora errada.
Blog do Gustavo/R7