Durante velório, família descobre que corpo de idosa foi trocado; ‘Chocante’, diz filha
Os corpos das idosas Arminda Silva, de 76 anos, e Euvira Alexandre da Costa, de 89 anos, que morreram no mesmo dia, foram trocados em uma clínica do Distrito Federal. O da primeira chegou a ser enterrado pela outra família, e precisou ser exumado após a confusão.
Arminda morreu por insuficiência respiratória e infecção hospitalar na quarta-feira (12), depois de ter sido diagnosticada com a Covid-19. O enterro dela estava previsto para esta quinta (13) mas, durante a cerimônia, a família percebeu que a pessoa no caixão não era a idosa.
O erro ocorreu na clínica responsável pela preparação dos corpos para o sepultamento. Aos parentes, a empresa disse que o corpo de Arminda foi enterrado por engano pela família de Euvira, que morreu após sofrer uma parada cardíaca.
Filha de Arminda, Mabi Cristina da Silva afirma ter ficado chocada com a situação. “O mais chocante é ver uma pessoa que eu não conheço nas roupas da minha mãe.”
Complicações da Covid-19
A idosa de 76 anos era moradora de Ceilândia e estava internada há 28 dias em um hospital particular de Taguatinga. Apesar de ter sido diagnosticada com a Covid-19, um último exame para coronavírus deu resultado negativo e, por isso, a família decidiu fazer um velório com caixão aberto.
Familiares ao lado de Arminda Silva, de 76 anos, no DF — Foto: TV Globo/Reprodução
A filha de Arminda afirma que, quando chegou no cemitério, identificou que o corpo no caixão não era o da mãe. “Era de uma pessoa desconhecida. E o rapaz da funerária insistindo que era a minha mãe, disse que o corpo muda, incha”, conta.
Segundo Mabi, ao ligar para clínica que fez a preparação do corpo para o velório, a família soube da possibilidade de a mãe ter sido enterrada na quarta, por engano.
O filho da idosa, Marco Antônio Campos, foi até a 1ª Delegacia de Polícia, na Asa Sul e registrou uma ocorrência policial, pedindo a exumação do corpo, que ocorreu durante a tarde e confirmou a troca. Então, as famílias conseguiram recuperar os corpos das idosas.
“Isso nos abalou emocionalmente. É um grande constrangimento e eu não desejo para família nenhuma. É muito ruim mesmo, é uma sensação horrível”, afirma Marco Antônio.
Ao final da tarde desta quinta, o advogado Pedro Paulo Souza, que representa a funerária Pax Amor Eterno, admitiu o erro. A empresa também é responsável pela clínica que preparou os corpos das duas idosas para o sepultamento.
“Nós seguimos certos protocolos que, infelizmente, não foram feitos da maneira correta, tanto que teve todo esse problema. Mas a gente se dispõe a tentar diminuir esse prejuízo das famílias da maneira menos traumática possível e mais rápido”, afirma.
O que diz o cemitério
Em nota, a empresa Campo da Esperança, que administra os cemitérios da capital, informou que “lamenta profundamente o ocorrido, porém executa o serviço com base na documentação entregue pela funerária contratada pela família”.
Segundo a companhia, “os documentos dos dois sepultamentos já chegaram ao Campo da Esperança trocados”.
“A identificação dos corpos não é responsabilidade da concessionária”, disse em nota.
*G1