Ebola mata médico na África
Ebola já matou mais de mil pessoas este ano na África Ocidental |
Um importante médico da equipe que luta contra o ebola em Serra Leoa, o doutor Modupeh Cole, morreu ontem em decorrência da doença, informou o diretor de comunicação do Ministério da Saúde e Saneamento. Cole, que estudou nos Estados Unidos, era um dos médicos que trabalhava na ala de isolamento do hospital Connaught em Freetown, capital de Serra Leoa.
Na semana passada, quando foi confirmado que ele havia sido infectado, Cole foi transferido para o distrito de Kailahun, onde o grupo Médicos Sem Fronteiras (MSF) coordena um centro de tratamento da doença.
O ebola já matou mais de 1.000 pessoas na África ocidental após o início do atual surto que também atinge Guiné, Libéria e Nigéria.
O ebola já matou mais de 1.000 pessoas na África ocidental após o início do atual surto que também atinge Guiné, Libéria e Nigéria.
Muitos dos mortos são funcionários da saúde que geralmente trabalham com suprimentos e proteção inadequados. Mas, apesar do grande número de mortos e infectados africanos, apenas dois norte-americanos e um espanhol receberam o ZMapp, a droga experimental não testada feita nos Estados Unidos.
Os médicos chegaram a considerar a hipótese de administrar o ZMapp a Sheik Humarr Khan, outro importante médico que cuidava de pacientes com ebola em Serra Leoa que contraiu a doença, mas posteriormente desistiram da medida, informaram funcionários da Organização Mundial da Saúde (OMS) por e-mail enviado à Associated Press.
A OMS tentou retirar Khan do país, mas “sua condição havia se deteriorado muito para ser transportado em segurança”. Ele morreu em 29 de julho.
Doses do ZMapp deveriam chegar nesta quarta-feira à Libéria para o tratamento de outros dois médicos, informou o ministro de Saúde do país, Walter Gwenigale.
Eles serão os primeiros africanos a receber o tratamento. Mas a empresa que fabrica o medicamento, a Mapp Pharmaceuticals, informou na terça-feira que os estoques da droga estão esgotados e que levará meses até que seja produzido uma pequena quantidade do medicamento.
Também na terça-feira, o Canadá disse que vai doar entre 800 e 1.000 doses de uma vacina experimental contra o ebola desenvolvida pela Agência de Saúde Pública do Canadá para a OMS. “O problema é, obviamente, o fato de termos um número muito, muito limitado de doses.
A quem elas serão dadas?”, questionou o médico Gregory Taylor, vice-presidente da agência.
O Ministério de Relações Exteriores da Alemanha pediu que os cidadãos do país saiam da Libéria, Guiné e Serra Leoa em razão da “situação crítica” sobre o ebola no oeste da África.
O pedido não se aplica a profissionais alemães da área médica que trabalham para conter o surto, informou o porta-voz do Ministério, Martin Schaefer, em coletiva de imprensa regular. Também não estão incluídos diplomatas alemãs, disse ele, acrescentando que as embaixadas do país permanecerão abertas nesses países.
Freetown (AE) – Tribuna do Norte
Postado em 14 de agosto de 2014