Eleição presidencial deve ter maior nº de candidatos nanicos em 16 anos

Enquanto os três principais personagens
da eleição presidencial de 2014 – Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves
(PSDB) e Eduardo Campos (PSB) – desconversam quando questionados sobre a
oficialização de seus nomes e dizem que isso é assunto para o segundo
trimestre, os coadjuvantes da disputa já se assumiram. Em 2014, a
campanha contará com pelo menos oito postulantes de legendas pequenas e
que contam com escasso tempo de TV e recursos.
Sem chances de chegar ao 2.º turno, os
integrantes do segundo pelotão podem sonhar em, pelo menos, tentar
evitar o fim da disputa numa única etapa. Se nenhum deles desistir da
candidatura, essa será a eleição com o maior número de candidatos
nanicos ao Palácio do Planalto desde 1998, quando nove representantes de
siglas pequenas se apresentaram. Naquele ano, quando Fernando Henrique
Cardoso se reelegeu, o melhor colocado da parte de baixo da tabela foi
Enéas Carneiro, com 1,4 milhão de votos.

Em 2014, o time de nanicos contará com alguns personagens que integram o folclore eleitoral da última década.
Conhecido pelo mote do “aerotrem”, um
trem de superfície que resolveria todos os problemas de mobilidade
urbana do País, Levy Fidelix, do PRTB, disputa o Palácio do Planalto
pela terceira vez. Fidelix, que promete encampar bandeiras “de direita”,
com o apoio do Partido Militar, que não existe legalmente, se recusa a
revelar quem apoiará no 2.º turno. Motivo: ele garante que estará lá.
“Serei o único candidato de direita
nessa eleição. Vou endireitar o Brasil e combater a presidente Dilma
Rousseff”, avisa. Líder máximo e criador do PRTB, Fidelix promete,
ainda, que vai repetir a postura adotada em eleições anteriores e exigir
a sua participação em todos os debates. Em 2012, quando disputou a
Prefeitura de São Paulo, ele entrou na Justiça para garantir sua
presença no debate da Rede Globo. Conseguiu uma liminar, mas a emissora
acabou cancelando o evento.

Estadão
Postado em 27 de janeiro de 2014