Filha de agricultores, estudante potiguar tira nota mil na redação do Enem: ‘Praticar e não desistir’
Evely Aparecida Silva Lima, de 20 anos de idade, tirou nota mil no Enem 2021 — Foto: Arquivo pessoal
Filha de dois agricultores e oriunda de escola pública, a potiguar Evely Aparecida Silva Lima, de 20 anos, tirou nota mil na redação do Exame Nacional do Ensino Médio 2021 (Enem). As notas foram divulgadas na noite de quarta-feira (9).
A estudante mora numa localidade conhecida como Sítio Arapuá, na zona rural de Lagoa de Velhos, município a cerca de 95 quilômetros da capital Natal, e diz que estudava cerca de seis horas por dia.
Evely diz que durante todo o ano estudou apenas pela internet, através de celular ou computador. Ela conta que procurava as redações que tinham sido nota máxima nos anos anteriores para usar como base.https://d8a81af1d67d6734eaa2ad53fecfa7f3.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html
“Eu estudava em casa pela internet. Eu olhava as redações que já tiraram nota máxima e assistia videoaulas para ter mais informações”, relata.
A estudante conta que, mesmo sem supervisão, escrevia as redações em casa apenas para praticar e corrigir o que achava de errado.
“As dicas que eu dou para ir bem nessa jornada de quem tiver estudando é se dedicar e não desistir, mesmo que fique apreensivo. Mas o principal é praticar e não desistir”.
“Eu fazia as redações em casa, criava os meus próprios modelos. Eu tentava corrigir e assim seguia”.
A estratégia deu certo. Esse é o terceiro Enem feito pela estudante, que concluiu o ensino médio em 2019. E os resultados evoluíram. Nos anos anteriores, ela tirou 660 e 840 na redação do Enem.
“Eu já sabia que eu tiraria mais de 900, mas eu não imaginava que tiraria 1 mil”, admite.
Diante do tema da redação do Enem deste ano, que foi “Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil” e pegou muita gente de surpresa, ela acredita que as duas argumentações que usou podem ter ajudado na nota máxima. “Falei nos meus argumentos da inoperância estatal e da alienação social”, diz.https://d8a81af1d67d6734eaa2ad53fecfa7f3.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html
Evely ainda avalia o que quer cursar: ela está dividida entre medicina, enfermagem e engenharia civil. Ela almeja realizar um sonho que os pais não tiveram a chance: fazer uma faculdade. E para isso, conta com eles, que permitem que ela se dedique integralmente a esse desejo. “Eles me apoiam muito”, resume.
*G1 RN