Fiocruz avaliará combinação de CoronaVac e AstraZeneca contra Covid-19
Foto: Michel Alvim/Secom-MT
Em fevereiro, profissionais de saúde que haviam recebido a primeira dose da CoronaVac foram vacinados com a segunda dose da AstraZeneca em Porto Velho, capital de Rondônia. Ao saberem disso, pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) começaram a investigar os efeitos da vacinação trocada. No Brasil, cerca de 16 mil casos desse tipo foram registrados na Rede Nacional de Dados em Saúde até abril.
Por isso, a Fiocruz anunciou que irá realizar um estudo sobre os efeitos da imunização com combinações das vacinas CoronaVac e AstraZeneca, que são produzidas no Brasil.
Financiado pelo Departamento de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde (Decit/MS), o estudo abrangerá as cinco regiões do país e contará com a participação de sete unidades da Fiocruz.
“Ainda não há dados publicados sobre a intercambialidade das vacinas CoronaVac e AstraZeneca”, afirma, em comunicado, Adriana Vallochi, coordenadora do projeto pioneiro e pesquisadora do Laboratório de Imunofarmacologia do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). “Os resultados do projeto devem esclarecer se os protocolos com combinação dessas vacinas induzem proteção e a duração da imunidade. Essas informações podem contribuir para o planejamento do Programa Nacional de Imunizações (PNI), apontando esquemas mais efetivos e permitindo a substituição de vacinas caso haja falta de doses de um dos imunizantes.”
Os principais objetivos da pesquisa serão avaliar a imunogenicidade — ou seja, a capacidade de estimular a resposta imune — e a segurança das combinações das vacinas. Para isso, serão acompanhados 1,4 mil voluntários, que serão divididos em cinco grupos: vacinados com CoronaVac na primeira dose e AstraZeneca, na segunda; com AstraZeneca, na primeira aplicação, e CoronaVac, na segunda; com os esquemas regulares de duas doses dessas vacinas; e não vacinados.
*Galileu