Futebol: CSA recebe proposta e pode ser vendido a empresa chinesa
Empresa chinesa, cujo nome não foi divulgado, formalizou uma proposta para aquisição do CSA que disputa a Série A do Brasileiro.
O presidente do clube azulino, Rafael Tenório confirmou o fato em entrevista ao jornal Alagoas 24 Horas, já apontando, inclusive, alguns dos possíveis ganhos da instituição com a nova e iminente parceria.
“Os investimentos são altos e a empresa acenou com a vontade de construir uma arena, investir mais na base e tornar o CSA ainda mais forte do que está hoje. Isto tem sido estudado há algum tempo. Surgiu esta proposta de tornar o clube privado, estamos iniciando um processo de negociação comercial e que possamos dar continuidade a esta conversa”.
Apesar da importância da notícia, esta não deve ser motivo de preocupação por parte da torcida alviceleste, pois, mesmo que o clube vincule sua imagem aos chineses, ele não perderá suas raízes, nem seus elementos mais tradicionais, como nome, escudo e cores, garantiu Tenório. “Isso é uma das coisas das quais não abrimos mão. O CSA tem uma tradição centenária, uma torcida e uma história mundial. Nós iremos acordar isso, mas o nome Centro Sportivo Alagoano permanecerá para sempre. O que mudará será o investimento, a administração. Nada que interfira em nossa paixão. Eles não demonstraram nenhum interesse do tipo. Estamos negociando uma marca que é forte, ninguém teria interesse em acabar com ela. Os valores da negociação ainda não foram revelados, muito menos um prazo para a formalização do acordo, que deve girar em torno de R$ 100 milhões.
Do inferno ao céu
O CSA foi vice-campeão da Série D em 2016 e campeão da Série C em 2017. Em 2018 conquistou o acesso e depois de 31 anos voltou para a elite.
Em 2014 e 2015, o time não participou de nenhuma divisão nacional. Alguns anos antes, em 2010, chegou a disputar a Segunda Divisão Alagoana. A partir de 2016, o CSA viveu um período de reconstrução completa e superou essas temporadas de desolação.
Mudanças profundas
É a transformação em um clube empresa o que implica em mudanças profundas. No modelo atual dos clubes brasileiros, se há resultado positivo, o dinheiro não é distribuído para os associados, devendo ser reinvestido no próprio clube. É por isso que, na grande maioria dos casos os dirigentes não são remunerados. Se eles não ganham para isso, não há dedicação exclusiva, o que dificulta o profissionalismo. No modelo de empresa, a transparência de informações, a prestação de contas e o respeito às leis são pilares definitivos.
Exemplo do RB
O RB, da marca de bebidas energéticos Red Bull, é um dos poucos clubes-empresa atuando no futebol brasileiro – a a organização também investe em outros esportes, como na Fórmula 1. A empresa tem times também na Alemanha, EUA e Áustria, onde fica sua sede. Recentemente assumiu o Bragantino.
Tubarão
O projeto começou em 2015, uma década após a fundação do clube nos moldes tradicionais, associativo. A empresa K2 Soccer S/A, criada em 2013 com o objetivo de investir no mercado futebolístico, transformou a associação em uma SPE, Sociedade de Propósito Específico, um modelo de organização empresarial pelo qual se constitui uma nova empresa, limitada ou sociedade anônima, com um objetivo específico, ou seja, cuja atividade é bastante restrita, podendo em alguns casos ter prazo de existência determinado.
No clube-empresa, no caso do Tubarão, não há Conselho Deliberativo, Conselho Gestor. Nenhum diretor é político, todos são contratados e remunerados.
O clube mesmo, o antigo Tubarão, que ficou com 1% da participação acionária, tem de cuidar do espaço físico, da manutenção do estádio. E possui participação na renda, nos patrocínios.
Clube startup
O clube-empresa foi incubado dentro do campus da Universidade do Sul de Santa Catarina, e incentiva os universitários a desenvolverem projetos das mais variadas áreas – medicina, nutrição, design, informática – que o beneficiem de alguma forma.
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