“Indústria da seca ainda existe no nordeste”, diz delegada da Polícia Federal

Para a chefe da operação Vidas Secas, a delegada da Polícia Federal Mariana Cavalcanti, as suspeitas de desvios de R$ 200 milhões em dois lotes das obras de transposição do Rio São Francisco, megaempreendimento do governo federal para levar água para a população do sertão, mostram que a indústria da seca ainda existe no nordeste. deflagrada nesta sexta

“A operação mostra que continuamos a ter problemas com a indústria da seca. Essa obra que era grande esperança para acabar com o sofrimento do sertão, era a esperança de muitas pessoas e continua sendo alvo de ‘brincadeira’ com o dinheiro público’”, afirmou a delegada durante entrevista realizada na sede da Policia Federal em Recife (PE). 


Para ela a situação é “revoltante” e mostra que a indústria da seca, termo designado para se referir à prática adotada por alguns políticos de explorar a pobreza e a falta d’água da população de algumas regiões por meio de obras para fornecer abastecimento como açudes em troca de votos. 

 Ao todo cerca de 150 policiais federais cumpriram nesta manhã 32 mandados, sendo 24 de busca e apreensão, 4 de condução coercitiva e quatro de prisão temporária nos Estados de Pernambuco, Goiás, Mato Grosso, Ceará, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Bahia e em Brasília. Foram presos quatro diretores das empreiteiras do consórcio, sendo um representando a OAS e a Coesa, um da Barbosa Mello e dois da Galvão Engenharia. Os nomes dos executivos não foram divulgados. 
*Via Marcos Dantas
Postado em 12 de dezembro de 2015