Médico é preso suspeito de assédio sexual contra paciente em Mossoró
Médico preso em Mossoró — Foto: Reprodução
Um médico de 47 anos foi preso em Mossoró após ser denunciado por uma paciente, que relatou ter sido assediada sexualmente por ele. O caso aconteceu na manhã de quinta-feira (23).
A paciente de 22 anos afirmou a polícia que o crime aconteceu durante uma consulta em um hospital privado da cidade da região Oeste do Rio Grande do Norte. O médico foi detido pela Polícia Militar por volta das 10h30, levado à delegacia e preso em flagrante. A defesa do profissional nega a acusação.
A polícia foi acionada ao hospital pelo padrasto da vítima, que foi encaminhada à Delegacia Especial da Defesa da Mulher para formalizar a denúncia.
Segundo a Polícia Militar, ambos os envolvidos foram conduzidos à delegacia para prestar esclarecimentos e o médico foi autuado em flagrante.
Segundo o advogado da vítima, Jorge Moura, a jovem estava acompanhada de sua filha autista de 3 anos, fazendo uma consulta de retorno. Durante a consulta, o médico fez perguntas pessoais à mãe e pediu que ela deixasse a filha com a avó, que estava na sala de espera.
Em seguida, o suspeito começou a atendê-la individualmente, alegando que poderia ajudá-la com uma dor de cabeça e um problema na coluna. Nesse momento, de acordo com o advogado, ele passou a realizar atos de importunação sexual.
Moura também relatou que, em um vídeo gravado, o médico afirmou que “assédio é algo relativo”, o que gerou ainda mais preocupação na família da vítima.
“O objetivo da família é que a justiça seja feita e que o médico seja preso, inclusive de forma preventiva, pois há receio de represálias. O médico demonstrou ter grande influência e conhecimentos de pessoas, o que aumenta o temor da vítima e de seus familiares. Esperamos que as medidas protetivas sejam eficazes”, afirmou o advogado.
Os advogados de defesa do médico, Olavo Hamilton e Daniel Ferreira, afirmaram, por meio de nota, que o caso se tratou de um “mal entendido”. Segundo a defesa, foram realizados dois exames — um de fundo de olho, em razão da enxaqueca, e outro lombar, devido a uma hérnia de disco —, que a paciente teria entendido como inadequados. A defesa alegou que os procedimentos realizados estavam em conformidade com a literatura médica e negaram qualquer crime.
Após ser autuado em flagrante, o médico foi encaminhado à Cadeia Pública de Mossoró, onde passará por audiência de custódia nesta sexta-feira (24).
Em nota, o Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Norte (Cremern) afirmou que, como órgão responsável pela regulamentação e fiscalização da profissão médica, não pode fazer declarações públicas que possam ser vistas como um pré-julgamento.
A autarquia afirmou que está ciente do ocorrido e tomará as providências cabíveis dentro de sua competência, respeitando os trâmites legais e a apuração do caso.
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