Mercado projeta barril de petróleo a US$ 130; novo reajuste dos combustíveis pode sair esta semana
Enquanto o governo tenta encontrar saídas para a redução do preço dos combustíveis – como o projeto que limita a cobrança de ICMS em 17%, aprovado na segunda-feira, 13, no Senado -, o preço do petróleo segue em alta no mercado internacional, aumentando as pressões por um novo reajuste. Nesta terça-feira, 14, o preço do óleo tipo Brent sobe 1,07%, cotado a US$ 123,60 o barril, enquanto o petróleo WTI sobe 1,02%, cotado a US$ 122,20.
Bancos e corretoras acreditam que o preço do petróleo pode passar de US$ 130 o barril no médio prazo e chegar até o fim do ano em US$ 150, como previu o Morgan Stanley em relatório divulgado recentemente. O movimento leva em consideração a continuidade da guerra entre Rússia e Ucrânia, além da capacidade da China de vencer a covid-19.
Esse movimento de alta pressiona ainda mais os preços no mercado brasileiro. Atualmente, os preços do diesel e da gasolina acumulam uma defasagem de 16% em relação ao mercado externo. Além do preço do barril em alta, a cotação do dólar, que voltou a atingir a casa dos R$ 5,10, também acaba influenciando os preços no mercado interno.
Com esse cenário, a expectativa é que a Petrobras anuncie um reajuste, pelo menos para o diesel, ainda esta semana, segundo fontes ligadas às estatal ouvidas pelo Estadão/Broadcast. O governo federal, no entanto, vem fazendo todos os esforços para evitar isso. A gasolina está há 95 dias sem aumento, enquanto o diesel está congelado há 32 dias
O congelamento do preço dos combustíveis tem sido buscado pelo governo para tentar segurar a inflação. A economia é um dos fatores que têm prejudicado a campanha do presidente da República, Jair Bolsonaro, a reeleição. Bolsonaro tem sido um crítico feroz da política de preços da Petrobras, que acusa de ter lucros excessivos. Três presidentes da estatal já foram demitidos nos três anos e meio de sua gestão.
Mas, na Petrobras, segundo fontes, o clima é de que o aumento não pode passar desta semana, visto que a crise global ameaça o País de desabastecimento, principalmente de diesel a partir de agosto. Na semana passada, a companhia enviou uma nota à imprensa alertando para dificuldades no mercado global de diesel e reafirmou sua política de preços alinhados aos do mercado internacional, única forma de manter as importações ativas por outros agentes e assim evitar a falta do combustível no País.
*Via msn