Ministério da Saúde diz que não deve usar CoronaVac em 2022 por ‘baixa efetividade’
Imagem: Matheus Sciamana/Photopress/Estadão Conteúdo
O ministério da Saúde respondeu hoje às perguntas feitas pela CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) nesta semana acerca da vacinação em 2022. Entre os questionamentos, a comissão queria saber o motivo para a pasta falar que deve descontinuar o uso da vacina CoronaVac na imunização contra a covid-19. Segundo o ministério, o imunizante tem ‘baixa efetividade’ e seria indicado para uma pequena parte da população.
A manifestação do ministério da Saúde foi uma resposta à CPI que na última terça-feira (5) deu 48 h para que a pasta explicasse os planos de vacinação para 2022, além do questionamento acerca da CoronaVac.
“Além do fato de estudos demonstrarem a baixa efetividade do imunizante em população acima de 80 anos; discussões na Câmara Técnica que não indicaram tal imunizante como dose de Reforço ou Adiciona l- conforme NT SECOVID, assim, no atual momento, só teria indicação como esquema vacinal primário em indivíduos acima de 18 anos”, diz o documento enviado pela Saúde à CPI.
A resposta também afirma que mesmo quando usado no esquema vacinal primário, o imunizante da fabricante chinesa Sinovac e que é produzido no Brasil pelo Instituto Butantan pode exigir um complemento. ” Há estudos em andamento que sinalizam que mesmo usando em esquema vacinal primário há que se considerar uma terceira dose.”
Apesar das declarações do ministério, um estudo preliminar, que ainda não foi revisado por pares, indica que a CoronaVac é eficaz contra a infecção pelo vírus Sars-Cov-2 e altamente eficaz contra risco de hospitalização, internação na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e morte.
O Instituto Butantan foi procurado pela reportagem do UOL para comentar as afirmações da pasta, mas ainda não se manifestou.
O documento ainda reforça uma justificativa que já havia sido usada anteriormente pelo ministro Marcelo Queiroga de que a vacina CoronaVac possui apenas a autorização de uso emergencial da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária): “A razão sobre a possível descontinuidade da vacina CoronaVac no ano de 2022 está diretamente relacionada com a condição de sua avaliação pela Anvisa”.
Entre os imunizantes que são usados hoje no Brasil, além da CoronaVac, a vacina da Janssen também possui a autorização de uso emergencial.
*UOL