Ministério da Saúde quer vacina de dose única contra Covid-19 e Johnson & Johnson faria “perfil”, enquanto Pfizer, Sinovac, Moderna precisam de maior estrutura; entenda
Foto: Dado Ruvic – 03.nov.2020 / Reuters
O “perfil da vacina desejada” pelo Ministério da Saúde é de um imunizante com proteção contra o novo coronavírus garantida apenas com uma dose. Além disso, ele quer que a substância seja termoestável por longos períodos em temperaturas de 2ºC a 8ºC. As informações foram divulgadas durante um evento nesta terça-feira (1º).
De acordo com a pasta, esse perfil é o ideal pela logística e pela economia, mas entende-se que as escolhas podem não seguir esses desejos.
A dose única é o primeiro impeditivo. O Brasil só testa uma vacina que tem a proteção garantida com a dose única: a da Johnson & Johnson em parceria com a Janssen.
O imunizante da Universidade de Oxford, para a qual o governo federal já fechou contrato de compra de 100 milhões de doses, utiliza a proteção dupla, assim como a da Pfizer-BioNTech (franco-norte-americana), da Moderna (norte-americana), da Sinovac (chinesa) e do Instituto Gameleya (russa).
A questão do armazenamento também pode ser um problema. As duas vacinas que já solicitaram autorização de uso emergencial nos EUA e na Europa precisam de uma temperatura muito abaixo das geladeiras dos postos de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS). A da Pfizer precisa de -70ºC e a da Moderna, -20ºC.
Plano Nacional de Imunização
O secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, falou sobre o perfil da vacina logo após o lançamento da campanha da prevenção contra a Aids. O evento foi realizado no auditório do Ministério da Saúde, em Brasília, e contou com a participação de integrantes da pasta.
Além do perfil, o secretário retomou pontos do Plano Nacional de Imunização (PNI) que serão discutidos pela Câmara Técnica nesta terça, às 14h, virtualmente. O grupo é composto por mais de 100 pessoas de diversas entidades da saúde como o Ministério da Saúde, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Instituto Butantan, o Conselho Federal de Medicina e conselhos de secretários de saúde municipais e estaduais.
Durante o encontro, deve ser estabelecida uma proposta preliminar do PNI, já que o plano definitivo só será divulgado com uma vacina registrada pela Anvisa.
*CNN Brasil