O que está acontecendo? Fátima Bezerra e suas contradições

A senadora Fátima Bezerra, do PT-RN, estreou na tribuna do Senado com um discurso em que o alvo foi a imprensa, principalmente o que ela chama de “mídia oposicionista”. Na visão da petista, essa mídia pauta e orienta políticos e partidos de Oposição e é por eles pautada.
Para a representante potiguar no Senado, a mídia quer o protagonismo político e deseja ditar as regras do jogo, adotando um falso discurso ético e de combate à corrupção.
Num discurso que é um verdadeiro “oito”, que mostra a confusão mental que tomou conta dos petistas após a enxurrada de denúncias e acusações, Fátima Bezerra diz que não pretende que a mídia seja neutra e imparcial, mas que pelo menos não seja partidarizada. 

A senadora diz que seu partido é contrário à corrupção e defende a Petrobras. É justamente aí que mora a maior contradição do discurso petista. Se o PT é contrário à corrupção por que então não expulsou dos seus quadros filiados e dirigentes acusados e alguns até condenados por corrupção? 

Se o PT assume a defesa da Petrobras por que então adiou até depois da eleição presidencial a adoção de medidas que livrassem a empresa das garras da quadrilha que assaltou seus cofres e contratos?
Talvez o melhor caminho para a senadora potiguar fosse voltar à tribuna de sua nova casa. 

E em vez de questionar e atacar a mídia, que ela contraditoriamente quer ver livre, questionar o seu partido, seus dirigentes e o governo que ela defende.
Bastaria, para isso, um exercício muito simples: ouvir o povo nas ruas, nas filas, nas escolas, em qualquer lugar. 

Ela ouviria, por exemplo, que o povo não questiona a mídia, mas o governo. O mesmo povo que se sente roubado pelos corruptos e enganado pelo governo. Independentemente do voto que deu em outubro do ano passado.
Se a senadora duvidar, que vá às ruas e ouça o povo. 

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