Oh, vida boa!

Quero um tempo para viver sem ferida
Nessa vida vivida, sofrida, atoa
Às vezes boa, sem garoa, mas dividida!…
Hoje o sino do tempo badala, ecoa, zoa.

Amanhã, quando o dia amanhecer de novo
Assumo o renovo com nítida esperança,
Que dança ante o comodismo do povo,
Parado, espera por milagre e bonança.

O que passou é passado, foi, ficou para trás,
Por detrás de serras acinzentadas e sagradas,
Magoadas pelos vieses que não mais verás
No tempo de vidas sofridas, falsas, magoadas…

As coisas que amo se cansaram de mim
Assim, vou continuar a amá-las sem limite
O que permite incluir meu pé de jasmim,
Sem por fim ao amor que a vida transmite.

Amo o amor que surgirá no amanhecer
Ou no entardecer, o descanso do dia,
Na arredia dor de amor que vai perecer
No anoitecer da vida escancarada, vadia…

Digo aos amigos nos abrigos de solidão
Ou no chão batido, abatidos e tristonhos,
Que abrirei meu relicário coração balão
Para escrever poemas e construir sonhos.

Poeta Francisco Cândido (Berto)
Postado em 20 de junho de 2013