Onda de preconceito contra nordestinos cristaliza voto da região em Lula, avalia historiador
Na visão do historiador Durval Muniz de Albuquerque Júnior, a onda de ataques a nordestinos nas redes socais cristalizam o voto de eleitores da região no petista Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “O regionalismo nordestino é muito forte”, explica. Ele avalia que mensagens preconceituosas podem se materializar em formas de violência mais grave.
Professor das universidades federais de Pernambuco (UFPE) e Rio Grande do Norte (UFRN), doutor em História e autor do livro A Invenção do Nordeste, ele usa o termo “preconceito por origem regional” para definir mensagens preconceituosas compartilhadas após o petista se consolidar como favorito dos nove Estados que compõem a região, no primeiro turno.
As mensagens partem principalmente de perfis anônimos, mas que se identificam como apoiadores de Jair Bolsonaro (PL). As postagens reduzem o Nordeste a uma imagem de pobreza e subdesenvolvimento.
Para o professor, o preconceito contra o Nordeste se relaciona também ao racismo e à aversão ao pobre. “O nordestino no imaginário nacional é um pobre, é um retirante, é um migrante, é um trabalhador braçal, é um mestiço, um negro.”
*msn