Os 2 mil voluntários de SP já receberam dose vacina de Oxford, sem efeitos graves
A VACINA – Laboratório da Universidade de Oxford, que fará testes no Brasil: líder na corrida pela imunização. | Foto: Oxford University/AP
Todos os 2.000 voluntários recrutados em São Paulo para receber a vacina para Covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford, já receberam a primeira dose do fármaco na fase III dos estudos. Na cidade, a pesquisa com os pacientes é coordenada pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). O desenvolvimento global do medicamento é também de responsabilidade da farmacêutica Astrazeneca.
A aplicação das doses iniciais foi encerrada ao longo do mês de agosto e a segunda dose já começou a ser distribuída, em um acelerado processo. “Está bem encaminhado, já temos exames de sangue realizados, inclusive. Os resultados desses testes serão computados em um sistema acessado pelos especialistas de Oxford, responsáveis por desenvolver as estatísticas necessárias ao estudo”, diz a reitora da Unifesp, Soraya Smaili. “Temos agora que esperar mais um tempo para a realização de todos os exames. O objetivo é verificar se os anticorpos duram”. A especialista ressaltou que a segunda rodada de aplicações funciona como um tipo de “reforço” à primeira dose, a mais importante.
Todos os participantes da etapa paulista do estudo estão bem e não apresentaram sintomas adversos graves para a aplicação da vacina.
Um dos motivos para a escolha da aplicação dos testes de vacinas no Brasil foram os índices epidemiológicos da doença, que tinham altos patamares à época em que se anunciou a cooperação internacional. O cenário, felizmente, não aponta mais para um franco crescimento de contaminações por aqui. Nesta sexta-feira, 4, o país chegou à média móvel de 40.999,7 novos casos e 856,9 mortes (veja o gráfico abaixo). Trata-se de uma conta que considera as notificações dos últimos sete dias divididos por sete, o que neutraliza as subnotificações tradicionais aos finais de semana, quando as secretarias de saúde trabalham no esquema de plantão.
Rio de Janeiro e Bahia
Já no Rio de Janeiro, cerca de 87% dos 1.500 voluntários participantes já receberam a primeira dose e 27% receberam a segunda dose. Lá, o estudo é coordenado pelo Instituto D’or de Pesquisa e Ensino. A previsão de encerramento de aplicação de todas as doses é ainda em outubro deste ano. O mesmo instituto é responsável por aplicar o teste em 2.500 voluntários em Salvador, na Bahia — o local teve um considerável aumento no recrutamento de participantes após uma definição da universidade britânica. Na região, 42% dos voluntários já receberam a dose inicial e outros 16% receberam a segunda injeção. O processo de aplicação está previsto para ser encerrado em novembro.
Caso apresentem algum sintoma característico à Covid-19, os voluntários devem fazer exame do tipo RT-PCR. Uma vez aprovada a eficácia do fármaco, ele será produzido também no Brasil, com participação dos laboratórios da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
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