Com 18 casos confirmados de varíola dos macacos, RN lança plano de contingência
Representantes da Sesap apresentam plano de contingência contra a varíola dos macacos no RN — Foto: Vinícius Marinho/Inter TV Cabugi
Com 18 casos confirmados de pacientes com varíola dos macacos (Monkeypox) no Rio Grande do Norte, a Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap) lançou nesta quinta-feira (25) um plano de contingência para prevenção e combate à disseminação da doença.
Segundo o governo, o documento pretende orientar os serviços de saúde do estado sobre as medidas de preparação e resposta.
Três unidades de saúde são apontadas como referência para casos suspeitos e confirmados: o Hospital Giselda Trigueiro, em Natal, o Hospital Rafael Fernandes, em Mossoró, e o Hospital Maria Alice Fernandes, também em Natal, porém voltado ao público pediátrico (infantil).
Segundo a Sesap, o Rio Grande do Norte vem monitorando a doença desde o comunicado de risco divulgado pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) nacional em 19 de maio de 2022.
Ainda de acordo com a pasta, o plano de contingência do estado foi elaborado a partir das “evidências disponíveis” até o dia 22 de agosto de 2022.
“A Sesap vem trabalhando constantemente junto aos municípios, desde antes da confirmação do primeiro caso. Esse documento vem complementar e sistematizar o trabalho e deve ser avaliado e revisado sempre que estiverem disponíveis novas evidências científicas”, disse o secretário de Estado da Saúde Pública, Cipriano Maia.
O mais recente boletim epidemiológico aponta que, além dos 18 casos confirmados nos municípios de Natal, Parnamirim e Mossoró, o estado conta com 69 casos suspeitos em outros 15 municípios.
“Estamos monitorando todos os casos, promovendo uma vigilância epidemiológica e treinando constantemente os profissionais para identificação dos casos, tratamento e medidas de cuidado”, completou a coordenadora de Vigilância em Saúde da Sesap, Kelly Lima.
O plano detalha os níveis de resposta aos casos, a definição necessária para identificar a doença, passa por procedimentos epidemiológicos e de rastreamento de contatos, atos de precaução, até as medidas de resposta, como orientações para isolamento domiciliar, tratamento e acesso aos serviços de saúde.
“Até agora nenhum caso necessitou de internação aqui no RN. De toda forma, estamos preparados para qualquer eventualidade, dando o suporte necessário aos que forem infectados”, reforçou André Prudente, diretor do Hospital Giselda Trigueiro.
A Sesap informou que ainda aguarda que o Ministério da Saúde envie insumos (kits) para realização dos exames, para detecção mais rápida da doença.
Precaução
Entre outras medidas, o documento orienta, por exemplo, que os profissionais de saúde utilizem equipamentos de proteção para evitar contaminação, no atendimento a pacientes com suspeita da doença.
“O indivíduo que busca atendimento devido a lesões cutâneas agudas e febre deve ser priorizado. No momento do acolhimento, seja em nível ambulatorial, atenção primária ou atenção hospitalar, sugere-se que o paciente receba uma máscara cirúrgica, com orientação quanto à forma correta do seu uso, e seja conduzido para uma área separada dos outros usuários. Sendo diagnosticado como caso suspeito de Monkeypox, o paciente deve ser mantido isolado (precauções para contato e gotículas). As lesões de pele em áreas expostas devem ser protegidas por lençol, vestimentas ou avental com mangas longas. A notificação à vigilância epidemiológica deve ser imediata”, orienta o documento.
Durante a apresentação do plano, os representantes da Sesap informaram que a população deve manter cuidados no dia-a-dia, com uma limpeza mais efetiva das roupas, bem como das roupas de cama e de banho.
Eles também explicaram que o grupo contaminado no RN é basicamente de homens com idades entre 18 e 45 anos do sexo masculino e que existe um comportamento diferente entre crianças e adultos. Crianças mais desnutridas tendem a ter uma evolução maior da doença, o que ainda não aconteceu no Brasil, segundo o médico André Prudente.
Ainda de acordo com a Sesap, a doença tem duas linhagens: uma da África Oriental e outra da África Ocidental. A ocidental é menos grave e é a mais incidente no mundo.
*G1 RN