PF diz que Temer recebeu R$ 31,5 milhões em vantagens via ‘quadrilhão’ do PMDB
As conclusões da polícia foram encaminhadas nesta segunda-feira (11) ao Supremo Tribunal Federal (STF). O relatório da investigação, que teve início em 2015, era aguardado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para finalizar a segunda denúncia criminal contra Temer.
Além de Temer, foram indicados pela PF como nomes que participaram da organização criminosa, pela ramificação do PMDB da Câmara: os ex-presidentes da Câmara Eduardo Cunha (RJ) e Henrique Eduardo Alves (RN); o ex-ministro Geddel Vieira Lima (BA); e os ministros Moreira Franco (RJ) e Eliseu Padilha (RS).
A PF cita ainda o repasse de R$ 5,4 milhões para a campanha de Gabriel Chalita, dinheiro que teria sido solicitado por Temer.
A investigação mostrou, no entendimento da PF, que na organização hierárquica do PMDB da Câmara Temer seria uma figura semelhante a Eduardo Cunha. Para os investigadores, enquanto Cunha desenvolvia a parte obscura das negociações, Temer tinha como função oficializar os atos praticados pelo ex-deputado atualmente preso em Curitiba.
Segunda denúncia
Em agosto, o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato, rejeitou o pedido de Janot para incluir o nome de Temer na investigação do “quadrilhão” do PMDB da Câmara. O ministro, no entanto, permitiu que houvesse compartilhamento de informação dos dois inquéritos. A PF aponta no relatório que, com isso, foi possível ampliar do objeto do inquérito e que recebeu a autorização do ministro para incluir Temer na investigação.