Os vereadores Edson Costa Moreira (mais conhecido como Edson de Manga Rosa) e José Evaldo Barbosa (Valdo Salu), e mais o secretário Antônio Costa Moreira (Manga Rosa) foram libertados pela PM (Foto: Duda Xuá/Xuadoagreste)
“O fato de alguém ligar pedindo 5 mil reais às onze horas da noite já foi o bastante para saber que algo não estava certo”.
Foi desta forma que o vereador do município de Nova Cruz, Antônio Gomes (PR), percebeu que dois colegas de legislatura e mais um secretário do município estavam em apuros. Mais tarde, o vereador descobriria que o trio havia sido sequestrado e o dinheiro que ele precisava arrumar pagaria o resgate.
O crime, que terminou na madrugada desta sexta (4) com dois sequestradores mortos na região Agreste potiguar, começou na noite passada na cidade de Brejinho, que fica entre Natal e Nova Cruz.
Ainda de acordo com Antônio Gomes, do outro lado da linha estava o secretário de Agricultura e Desenvolvimento Social Antônio Costa Moreira, que havia sido obrigado a fazer contato o verador para pedir o dinheiro. Além do gestor, também estavam em poder dos sequestradores o filho dele, o presidente da Câmara Edson Costa Moreira, que é mais conhecido como Edson de Manga Rosa (PSB), e o também vereador José Evaldo Barbosa, o Valdo Salu (PSB).
Os três voltavam de Natal para Nova Cruz em uma Hilux quando, por volta das 20h, foram abordados pelos criminosos. A polícia se deparou com os sequestradores na zona rural de Canguaretama já na madrugada desta sexta (4). Houve troca de tiros e dois dos suspeitos foram mortos. Um terceiro homem conseguiu escapar. As vítimas não se feriram.
A ligação do secretário para o vereador Antônio Gomes aconteceu por volta das 23h30. “Ele me disse que precisava de um dinheiro para pagar uma dívida. Falou que precisava que eu arrumasse R$ 5 mil em no máximo 20 minutos e levasse o dinheiro para um posto de combustíveis na cidade de Goianinha. Eu disse que era impossível arranjar aquela quantia em um horário como aquele, mas ele me disse que eu conseguiria”, revelou Antônio Gomes.
Após a ligação, Antônio disse que foi até a casa do tenente-coronel Genilton Tavares, comandante da PM na região, e informou que algo estranho estava acontecendo. “Quando eles fizeram um segundo contato, percebemos que se tratava de um sequestro. Foi quando entrei em contato com os familiares deles. Felizmente a Polícia Militar conseguiu resolver a situação antes dos sequestradores se encontrarem com os parentes e pagarem o dinheiro”, explicou o vereador.
Questionado sobre o papel de ‘negociador’ que ele acabou desempenhado, o vereador se mostrou tranquilo. “Eu tenho certeza que se tivesse acontecido algo do gênero comigo eles também iriam fazer o mesmo por mim. Fico feliz que tenha acabado tudo bem”, concluiu.
Com os suspeitos foram apreendidas armas,celulares e uma certa quantia em dinheiro.
O confronto
Depois do segundo contato, familiares dos vereadores e do secretário sequestrados tentaram reunir os R$ 5 mil para pagar o resgate. O tenente-coronel Genilton Tavares disse que os parentes falaram com os sequestradores sem o consentimento dele. “Eles marcaram um ponto de encontro no município de Goianinha. Quando ficamos sabendo, começamos a monitorar a área e encontramos o veículo conduzido pelos suspeitos”, disse o oficial.
Ainda de acordo com o tenente-coronel, os sequestradores notaram a presença dos policiais nas proximidades do distrito de Piriqui, que fica na zona rural de Canguaretama, já na madrugada desta sexta.
“Quando perceberam a chegada da PM, eles fugiram para o distrito e começaram a disparar contra os policiais. Foi quando houve a troca de tiros”, completou. Nenhuma das vítimas ficou ferida durante o confronto.
Dois criminosos foram baleados e socorridos para o Hospital de Canguaretama, mas não resistiram aos ferimentos. Um terceiro sequestrador conseguiu fugir. Com os suspeitos foram apreendidas duas armas, aparelhos celulares e uma certa quantia em dinheiro.