O ministro do Turismo, Henrique Alves, derrotado nas urnas do governo do Estado o ano passado, quer se consolidar como principal voz de oposição ao governo Robinson Faria. “Caos na segurança e na saúde, mídia nacional. Campeão do desemprego no país-11,5. Agora, transparência zero, último lugar, CGU. Momento ruim p RN!”, afirmou ele no início da tarde deste sábado no Twitter.
Já dissemos aqui nesse espaço que, ao assumir o Ministério do Turismo, Henrique iria buscar tumultuar a área em que o governador Robinson Faria mais vinha se destacando.
Claro, perante seu eleitorado, Henrique só brilhará no departamento que comanda no País se conseguir ser o maior executor de políticas públicas e ações no turismo no RN. Afinal, após assumir o ministério, se Henrique não luzir no Turismo, vai cintilar em que setor?
O problema é que o Turismo do RN vinha definhando ano após ano, sendo praticamente sepultado na gestão Rosalba Ciarlini, que teve todas as chances de conceder a redução do ICMS, mas preferiu engavetar o projeto.
Nesse período, Henrique, seja como deputado federal, mas, sobretudo, como presidente da Câmara dos Deputados, nada fez pelo setor. Agora, como ministro, o mínimo que Henrique poderá fazer será algo pelo turismo do RN…
Robinson, é sempre bom lembrar, foi achincalhado pelo trade durante a campanha eleitoral para o governo.
Praticamente todo o setor aderiu à “candidatura imbatível” do então presidente da Câmara dos Deputados.
Ainda assim, eleito, Robinson se comprometeu a fazer do Turismo um dos carros chefes da sua administração.
Dito e vinha fazendo!
Tão logo assumiu o governo, Robinson mandou preparar o decreto da nova alíquota do ICMS do querosene de aviação.
A medida foi adotada celeremente. O resultado todos estão vendo: um anúncio após outro de voos de companhias aéreas que incluem Natal como rota.
O trade está vibrando.
E mais: com a medida, até a possibilidade de um HUB da TAM no RN passou a existir. Contudo, o ministro do Turismo não brilhará se Robinson cintilar no Turismo. E isso é péssimo para o RN.
Ao Visor Político, Henrique declarou um absurdo nesta semana: disse que a disputa pelo HUB se dará entre as capitais, Natal/São Gonçalo, governada por aliados dele, os prefeitos Carlos Eduardo (PDT) e Jaime Calado (PR), contra Fortaleza (CE) e Recife (PE), e não nos Estados.
Para o ministro, é como se Robinson não pudesse fazer nada em favor do projeto. Nada! Como se a redução do ICMS, por exemplo, medida concreta, em vigor, e a construção dos acessos ao aeroporto de São Gonçalo do Amarante, retomada na semana passada num esforço pró-HUB, não valessem muito nessa disputa.
Um contrassenso colossal, que contraria até as palavras da presidente da TAM…
Declarou Henrique: “Sei que os prefeitos Carlos Eduardo e Jaime Calado irão à presidência da TAM na próxima semana. Até porque a decisão não será entre os estados Pernambuco, Rio Grande do Norte ou Ceará e sim entre as capitais Recife, Natal (junto com São Gonçalo) e Fortaleza. Essas cidades terão que se mobilizar e mostrar seus argumentos numa análise que será técnica e de profundo convencimento”.
Ao dar tal declaração, estapafúrdia, o ministro foge do senso, agride, parte para o ataque. Ora, é triste constatar que a política do RN continue sendo feita assim, com “p” minúsculo. Em vez de união favorável ao Estado, cisão por causa de projetos políticos futuros…
Enquanto isso, o RN permanece sob o risco de perder mais uma parada para Ceará ou Pernambuco, eternos campeões sobre o RN. Como se não bastasse a perda de refinaria, transnordestina, porto, rodovias e outros, agora corremos o risco de perder um investimento que o RN teria tudo tecnicamente para conquistar. Por picuinha política.
Fonte: Visor Político