Uma adolescente de 13 anos foi morta com um tiro de espingarda de caça na noite desta última sexta-feira (6) dentro de uma casa no pequeno distrito de Antônio Conselheiro, em São Miguel do Gostoso, município do litoral Norte potiguar. O disparo atingiu a testa da garota. Segundo o pai dela, quando o corpo de Maria Clara de Sousa Maia foi necropsiado no Instituto Técnico-Científico de Polícia (Itep), ficou constatado que ela estava grávida de três meses.
O namorado dela, um adolescente de 14 anos, foi apreendido e disse que o tiro foi acidental. Para a polícia, o pai do rapaz é quem pode ter sido o autor do disparo. O homem fugiu e é procurado pela polícia. “O namorado afirma que o tiro não foi intencional, que ele estava brincando com a espingarda quando ela disparou. O que é estranho é que não encontramos vestígios de pólvora nas mãos dele e nem na arma.
É estranho porque uma arma de caça sempre deixa muita pólvora”, relatou ao G1 o sargento Luiz Gadelha. Ainda de acordo com o policial, o adolescente foi levado para a Companhia da Polícia Militar em João Câmara, onde permanecia até a manhã deste domingo (8).
A história do fim de Maria Clara começa três dias antes de ela ser morta, na Zona Norte de Natal, onde morava com a família. Também em contato com o G1, o pai da garota contou que a filha e o namorado foram vistos pela última vez ainda na terça-feira, dia 3, quando saíram para andar de bicicleta.
“Passou um dia, passaram-se dois, e nada de ela nos dar notícias. Eu não acredito que ela e o rapaz foram de bicicleta de Natal até São Miguel do Gostoso. Eles não tinham dinheiro, não levaram roupa, a sela da bicicleta estava quebrada. Eu acho que alguém levou eles pra lá”, desconfia o pedreiro Geraldo Maia de Almeida, de 54 anos. São Miguel do Gostoso fica a 100 quilômetros da capital potiguar.
O G1 tentou contato com a defesa dos suspeitos, mas a polícia informou que nem o adolescente e nem o pai dele têm advogado.
“Eu também não acredito que o namorado dela teria condições de matar minha filha. Ele é franzino perto de Maria Clara, que era bem forte, bem gordinha. Acho que o pai do rapaz tem participação no crime. Não tenho medo de dizer o que penso”, desabafou.
Ainda na manhã deste domingo, Geraldo tentava providenciar o enterro do corpo da filha. A mãe da garota, sem condições emocionais, preferiu não falar.
Fonte: G1-RN