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Delegada (centro) falou sobre depoimento de assistente social à polícia (Foto: Fabio Almeida/RBS TV) |
Em coletiva de imprensa na manhã
desta terça-feira (22), a delegada Caroline Virginia Bamberg, responsável pela
investigação da morte do menino Bernardo Boldrini, de 11 anos, afirmou que a
assistente social Edelvania Wirganovicz, amiga da madrasta do garoto, não tinha
certeza se a criança estava morta quando foi enterrada em uma cova dentro de um
matagal na cidade gaúcha de Frederico Westphalen. A mulher está presa desde a
semana passada, após apontar o local onde estava o corpo de Bernardo. A
madrasta e o pai do menino também estão detidos preventivamente, por serem
considerados suspeitos do crime.
“Ela disse que não tinha certeza
que a criança estava morta”, lembrou Caroline na entrevista em Três Passos.
Segundo a delegada, a necropsia ainda não revelou o medicamento que teria
causado a morte, então a perícia é essencial. Bernardo estava desaparecido
desde o dia 4 de abril. O médico Leandro Boldrini, pai do garoto, a madrasta
Graciele e a amiga do casal, Edelvania, estão presos e são considerados
suspeitos do crime pela polícia.
Ainda na coletiva, Caroline
ressaltou que não confia totalmente nos depoimentos, e que a polícia tem o
dever de investigar e provar as acusações. “Não levo a pau e ferro nenhum
depoimento, não sei se essa versão é verdadeira”, ressaltou. “O próximo passo
é estabelecer a conduta de cada um dos três, e depois a motivação de cada um
dos três”.
As investigações seguem em sigilo
por determinação da Justiça. “O que for prejudicar a investigação não vamos
passar. O meu interesse é que a investigação corra normalmente”.
Também nesta manhã, as aulas do
Colégio Ipiranga voltaram. A fachada da escola virou painel de protestos e
homenagens. Uma psicóloga especializada no assunto foi contratada para auxiliar
os alunos. No primeiro horário da manhã, os estudantes foram convidados a fazer
uma reflexão. Junto, o grupo realizou uma oração e irá escrever uma carta
projetando sua vida durante o próximo ano.
Entenda
Bernardo havia sido visto pela
última vez às 18h do dia 4 de abril, quando ia dormir na casa de um amigo, que
ficava a duas quadras de distância da residência da família. No domingo (6), o
pai do menino disse que foi até a casa do amigo, mas foi comunicado que o filho
não estava lá e nem havia chegado nos dias anteriores.
No início da tarde do dia 4 de
abril, a madrasta foi multada por excesso de velocidade. A infração foi
registrada na ERS-472, em um trecho entre os municípios de Tenente Portela e
Palmitinho. A mulher trafegava a 117 km/h e seguia em direção a Frederico
Westphalen. O Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) disse que ela estava
acompanhada do menino.
“O menino estava no banco de trás
do carro e não parecia ameaçado ou assustado. Já a mulher estava calma, muito
calma, mesmo depois de ser multada”, relatou o sargento Carlos Vanderlei da
Veiga, do CRBM. A madrasta informou que ia a Frederico Westphalen comprar um
televisor.
O pai registrou o desaparecimento
do menino no domingo (6), e a polícia começou a investigar o caso. Na
segunda-feira (14), o corpo do garoto foi localizado em Frederico Westphalen.
De acordo com a delegada Caroline Virginia Bamberg, responsável pela
investigação, o menino foi morto por uma injeção letal, o que ainda precisa ser
confirmado por perícia. A delegada diz que a polícia tem certeza do
envolvimento do pai, da madrasta e da amiga da mulher no sumiço do menino, mas
resta esclarecer como se deu a participação de cada um. O advogado do pai disse
que ele é inocente.
Fonte: G1