O serviço de inteligência da Secretaria de Segurança Pública e Defesa
Social da Paraíba detectou um plano para matar o deputado federal Luiz
Couto (PT). Dois pistoleiros alagoanos teriam sido contratados para
executar também a ouvidora da Polícia Militar da Paraíba, Valdênia
Paulino.
Luiz Couto ficou sabendo do plano por agentes federais, na sexta-feira
passada (27). Quando desembarcou no aeroporto Castro Pinto, em Bayeux
(região metropolitana de João Pessoa) teria recebido a recomendação de
agentes da PF de suspender todas as atividades públicas previstas para o
final de semana em sua agenda. Segundo os agentes relataram, “havia uma majoração do risco à integridade física deste parlamentar”.
O deputado federal contou que ficou surpreso, ao desembarcar na Paraíba e
perceber que, além da escolta da Polícia Federal que lhe acompanha,
havia no saguão do aeroporto um reforço de agentes e de policiais
militares. Ele cancelou sua agenda na Paraíba e retornou à Brasília
(DF).
Pelo relato do deputado federal, os supostos criminosos seriam
contratados por R$ 500 mil e a transação desses valores teriam sido
articuladas por um ex-policial militar, identificado como Luiz Quintino
de Almeida Neto. O deputado sustenta qque Quintino foi expulso da PM
paraibana após inúmeras denúncias feitas pela ouvidora Valdênia e por
ele. “Quintino foi preso durante a operação Squadre”, lembrou.
O parlamentar afirmou ter recebido denúncia de que parte do dinheiro [R$
300 mil] teria sido transportado por Dinamérico Cardim, agente
penitenciário que supostamente fez o carregamento do dinheiro numa
caminhonete do Grupo Penitenciário de Operações Especiais da Paraíba
(Gpoe), pertencente à Secretaria de Administração Penitenciária (Seap).
Ainda segundo o deputado federal, todo o levantamento desse plano teria
sido feito pelo serviço de inteligência da Secretaria da Segurança e da
Defesa Social da Paraíba, que teria detectado que dois pistoleiros
alagoanos estariam em João Pessoa para executar dois militantes que
combatem o crime organizado.
Couto ressaltou que, de acordo com a mesma denúncia, Dinamérico Cardim
possui em sua guarda um Fuzil IBEL, calibre 762, customizado, com luneta
de longo alcance, tripé metálico e munição calibre 762. Acrescentou que
o Gpoe é subordinado diretamente à pessoa do secretário da pasta,
Walber Virgolino da Silva Ferreira, e que só ele poderia determinar a
saída e o deslocamento deste grupo.
O deputado federal relatou, ainda, que tomou conhecimento de que no dia
13 de setembro último, durante o lançamento de uma revista, ocorrido
numa casa de recepções em João Pessoa, Walber Virgulino teria
“detratado” o secretário de Segurança Pública, Cláudio Lima. O
secretário de Administração Penitenciária teria acusando o secretário de
Segurança e Defesa Social de proteger Luiz Couto, a ouvidora Valdênia
Paulino e de ficar ao lado “do povo dos direitos humanos”.
Valber Virgulino não quis comentar as declarações de Luiz Couto. Ele parafraseou o poeta e ex-senador Ronaldo Cunha Lima. “Minha
alma, minha vida têm a transparência dos cristais. Coloque coloque
minha vida moral e funcional na balança e compare com a de quem esta me
acusando. Deixe o povo julgar”
O deputado federal levou o caso, nesta segunda-feira (30) à tribuna da
Câmara Federal. Informou ter solicitado ao governador Ricardo Coutinho e
ao superintendente da Polícia Federal da Paraíba que investiguem as
denúncias. A PF informa que não pode se pronunciar sobre casos que
envolvam a segurança de parlamentares.
Portal Correio via É Sertão