Pesquisa nacional Ibope feita em parceria com o Estadão entre
quinta-feira e domingo passados revela um cenário bem mais competitivo
da sucessão presidencial de 2014. No cenário com quatro candidatos a
presidente, Dilma tem 30% das intenções de voto estimuladas, contra 22%
de Marina Silva (sem partido), 13% de Aécio Neves (PSDB) e 5% de Eduardo
Campos (PSB). Contra os mesmos adversários, Lula chegaria a 41%, e os
adversários ficariam, respectivamente, com 18%, 12% e 3%. Por
comparação, a taxa de Lula é 37% maior que a de Dilma.
Num segundo cenário, com cinco candidatos a presidente, Dilma fica
com 29% das intenções de voto, contra 21% de Marina e 12% de Aécio. Os
três perdem um ponto porcentual com a entrada no páreo do presidente do
Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa. O magistrado chega a 6%,
contra 5% de Eduardo Campos. Nesse segundo cenário, trocando-se Dilma
por Lula, o candidato do PT cresce dez pontos e chega a 39%. Marina cai
para 17%, Aécio permanece com 12%, Barbosa fica com 6%, e Campos cai a
3%.
O único cenário estimulado que é comparável ao da pesquisa
Ibope/Estadão de março, Dilma despencou. Na simulação com quatro
candidatos a presidente, ele caiu de 58% para 30% de intenção de voto
estimulada. Ao mesmo tempo, Marina cresceu 10 pontos: de 12% em março,
para 22% em julho. Aécio ganhou 4 pontos: de 9% para 13%. Campos oscilou
de 3% para 5%.
Também foi notável a expansão do voto nulo e branco. Entre março e
domingo passado, a taxa dos que não votariam em nenhum dos candidatos
testados dobrou de 9% para 18% – mais um reflexo do descontentamento dos
eleitores com os políticos.
O crescimento de Marina e a queda de Dilma na pesquisa estimulada se
explica, em parte, pela inversão das preferências dos eleitores mais
ricos. Entre os que ganham mais de 10 salários mínimos, a presidente
caiu de 43% para 19% das intenções de voto, enquanto Marina pulou de 18%
para 44%.
A primeira pergunta do Ibope sobre a sucessão pediu ao eleitor que
dissesse em quem ele votaria se a eleição fosse hoje, mas não apresentou
opções. Nessa resposta, dita espontânea, Dilma ficou com 16% das
intenções de voto, contra 12% de Lula, 5% de Aécio, 4% de Marina, 3% de
Joaquim Barbosa, 3% de José Serra (PSDB), 1% de Eduardo Campos e 1% de
Geraldo Alckmin (PSDB). Outros 40% dos brasileiros não souberam dizer
espontaneamente o nome de um candidato a presidente, e 13% responderam
que votariam em branco ou anulariam. Demais nomes somaram 1%.
Em comparação à pesquisa feita pelo Ibope em março, Dilma perdeu mais
da metade sua intenção de voto espontânea. Ela tinha 35% de citações na
pesquisa anterior, contra 16% agora. A perda de eleitores coincide com a
queda abrupta da popularidade da presidente após as manifestações de
rua ocorridas desde junho.
Por Agência Estado